Eis uma data propícia para conjecturas, planos de transformação, sonhos e idealizações, buscando uma vida nova. Mas, a verdade é que a quase totalidade de pessoas do mundo, buscam, desejam ardentemente um vida nova. Por quê ? Tal aspiração demonstra uma característica do ente humano ( insatisfação com a sua vida). Desta forma, movido por esta insatisfação existencial, o homem em datas festivas bastante apelativas, como a data de celebração do tempo, pois, a festa de passagem de ano representa :"Celebrar o tempo, lembrar ao homem que o tempo é célere em sua passagem, assim, nada permanece estático." Nesta oblação ao tempo, o homem observa que existem pontos nebulosos em sua vida, que há muito tempo estão estagnados, vícios de toda sorte, dependências afetivas, falhas de temperamento, desorganização, procrastinação, racionalizações paralisadoras, etc. Na verdade esta lista é bem mais extensa, porém esta pequena relação serve como exemplo.
Contudo, apesar do ritual, do imenso apelo emocional produzido pelo rito da passagem de ano, geralmente logo após alguns dias a vida retorna ao que era antes. Os defeitos de cada dia que se arrastam durante anos e até mesmo décadas. Mas por que é tão difícil o ente humano mudar? porque o homem tem uma tendência bastante arraigada que é desejar que seu entorno mude primeiro, desejar que as coisas, os entes mudem, para que ele efetue sua mudança.
Ademais, existe uma verdade inquestionável. As coisas, não mudam antes do ente humano mudar... Assim, fica patenteado que o caminho seguido pelo homem de esperar que seu entorno mude, para depois, ele mudar é um caminho que inexoravelmente conduz ao fracasso. Neste caso é importante as pessoas compreenderem que: "PRIMEIRO O HOMEM PRECISA MUDAR A SI MESMO, PARA MUDAR O MUNDO EXTERIOR." Portanto, o que o ente humano precisa é realizar uma mudança de foco, ou seja, deixar de focalizar as pessoas, o mundo exterior, como determinantes e começar a focalizar a si mesmo, seu interior e, neste caso seguir o sábio conselho de Sócrates : "Homem conhece-te a ti mesmo". Eis o verdadeiro caminho da transformação. Posto que, as coisas não necessitam mudarem mas sim os entes humanos posto que quando eles mudam, o mundo muda. Mas, o importante é o sábio entendimento que as transformações, que nascem no interior do ser humano são geralmente de caráter definitivo. Entretanto, nesta data de rito de passagem do tempo fico no meu canto calado, introspectivo observando as manifestações de pessoas "ávidas de mudança", fazendo suas promessas a partir do ano novo: Não beberei, não fumarei, não serei agressivo, não comerei em excesso, não mentirei, etc... Mas, após alguns dias tudo volta ao que era. Os vícios mais uma vez preponderam. Então neste momento eu apenas celebro, nada prometo a mim mesmo, apenas internalizo que o tempo passa, não espera por ninguém.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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