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O Direito de Escolher!

           O ente humano é ligado a crendices, dogmas, pois, prefere acreditar que ele foi criado por um Deus que o dotou de "sabedoria", consciência, e deu-lhe o livre  arbítrio, liberdade existencial.
          Mas a ideia de  livre arbítrio, a priori, choca com a  ideia determinista, porém, não importa se o homem tem livre arbítrio, ou se o homem  é  determinado a seguir alguma orientação biológica, seguir alguma orientação divina. Porque,  o que importa é que o homem tem liberdade relativa de  escolha.(Digo relativa porque o homem não pode escolher não morrer nunca).
          Contudo, ao  escolher o ente humano tornar-se -á responsável  por sua escolha, como defendia Sartre, criador do existencialismo, afirmando  que, ("todo ser humano é livre, e por ser livre, todo ente humano tem o direito de escolher, e ao escolher  torna-se -á  responsável  por sua existência ). Nesta abordagem filosófica não existe espaço para vítimismo, coitadismo), ou quaisquer  justificativas,  porque, cada pessoa é o único responsável por sua existência.
          Porém, para a  religião cristã  o homem foi criado por um Deus transcendental e antropomórfico, que   dotou o ente humano, de alguns atributos, como: (Inteligência, corpo, espirito, ou alma, livre arbítrio, etc). No entanto,  Deus  tem conhecimento prévio das escolhas humanas, apesar de não interferir, Deus pode condenar o homem por toda eternidade. Portanto, este homem ao final de sua existência será julgado, caso suas escolhas sejam  positivas, ele será  premiado, com uma  vida eterna de gozo, (irá para o Céu), enquanto se suas escolhas forem negativas, ele  será condenado ao tormento eterno, será  expurgado  de perto de Deus, irá  viver eternamente ao lado do capeta.(no inferno).
           Portanto, observando estas visões existenciais saliento  que a ideia  existencialista é mais justa , mais evidente, pois  sei  plenamente que todo ente humano é livre,  para gerir sua vida. Também sei  que o homem  devido sua limitação jamais terá conhecimento para desbravar o desconhecido, o imensurável. Assim, a ideia de Deus,  passa   a ser uma questão de fé.
       .  Mas, o homem se vê diante o absurdo existencial que o intriga bastante, que é : Qual o sentido da vida se ela termina com  a morte?  que adianta realizações  se tudo vai acabar um dia  definitivamente?  Tal absurdo existencial fez Sartre declarar: ( "descrever o ser humano como uma paixão inútil."). Sartre afirmava também:  ("A vida só tem significado quando atribuímos a ela um sentido, por meio de nossas escolhas, e em pouco tempo a morte vem e acaba com todo este sentido."). Destarte, Sartre neste aspecto demonstra, uma evidente contradição  filosófica, pois de um lado deu ao homem todo o poder  de se construir, todo o poder de realização  existencial. Tal fato realmente dignifica o  pensamento sartriano. Mas, por outro lado ele apresenta uma amargura profunda, um pessimismo  profundo, pois a vida já surge para ser destruída pela morte. Eis a amargura final do existencialismo sartriano.
          Acredito  que o ideal seria aproveitar  as ideais positivas  do existencialismo, como a liberdade  de gerir a sua existência, a possibilidade do engradecimento da vida,  através do poder de escolha, mas, não aceitar  a amargura derrotista,  prefiro à  alegria da vida, o culto à vida, porque, ela  é tudo sem ela  nada. Jamais permito  que a revolta, o pessimismo, o desespero me  atormente. Porque o importante é viver celebrando cada instante.

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