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Liberdade Sartriana!

     "O homem está condenando a ser livre".
      Sartre em seu livro o Ser e o Nada defende que liberdade é inerente ao homem. O existencialismo sartriano  parte do pressuposto que  a existência  precede a essência, ou seja, o homem não foi  criado por nenhum Deus ou força maior. Portanto, o homem nada herdou, nem caráter, tendência, personalidade, Karma, etc. Só após o nascimento que o ente humano começa a se construir. No existencialismo o foco é a existência, com tudo que acontece nela.
    Sartre defende que a existência precede a essência, isto significa que o homem diferente do animal não está preso a uma determinação instintiva, e, também  não  herdou nada de um possível criador, já que este homem não foi criado por um Deus. Para Sartre tudo começa com o nascimento, e, durante a vida o homem vai se construindo. Portanto, o ser humano é um projeto. Tal ideia está concernente com Rosseou que afirmou: " o homem tem a capacidade de se aperfeiçoar durante sua vida, diferente dos animais, por exemplo um cachorro daqui a mil anos agirá da mesma forma dos cachorros de hoje".
      Nesta frase para dá ênfase Sartre coloca na mesma frase condenado e liberdade, palavras antagônicas​. Como pode um condenado ser livre? Mas esta condenação se refere a impossibilidade do homem não ser livre. A liberdade é uma condição básica da existência humana, posto que o homem é o único ser que pode escolher como viverá. Já para  os animais tal possibilidade não existe.Por exemplo um cachorro sempre agirá como cachorro mesmo daqui a mil anos. No entanto, o homem pode decidir como será sua vida.Ele pode mudar quando assim desejar. Mesmo o escravo pode escolher morrer e não ser mais escravo. Mesmo que pague com sua vida.
        Contudo, esta liberdade existencial coloca o ente humano como o único responsável por sua  existência, cada pessoa é o construtor de sua vida, ele é o escolheu ser. Esta abordagem existencialista, a meu ver, é bem mais justa porque não transfere responsabilidade para um Deus ou destino. A liberdade sartriana acredito seja a culminância do livre arbítrio. Bem superior a ideia de destino, sorte ou azar, ela devolve ao homem o poder de escolha.

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