Desde criança pensei sobre a finitude da vida. A morte ameaçadora que pacientemente espera sua vítima, agindo como o gato, que brinca com o ratinho, deixando-o fugir, para pegá -lo, lá na frente, e, após humilhar sua vítima a destrói totalmente. Estes pensamentos surgiram em minha consciência aos cinco ou seis anos. Estava eu sem saber partilhando das mesmas angústias, preocupações de grandes pensadores, chamados de filósofos, como: Sartre, Kierkegaard, Heidegger, Schopenhauer, Nietzsche, a meu ver, eles são os mais importantes.
Estes filósofos mudaram o foco da metafísica, (além da física) para existência do homem; colocando o foco na vida do homem, e não no pensamento platônico que criou o mundo das ideias e, o mundo das sombras, (o nosso mundo), posto que Para Platão tudo aqui é cópia imperfeita da verdadeira ideia de cada coisa. O mundo das ideias, alhures é perfeito.
O cristianismo criou um platonismo para o povo. Assim surgiram a ideia de céu e inferno.( Quem pecasse e não se arrependesse seria condenado, quem se arrependesse seria salvo iria para o paraíso, céu). Desta forma, o cristianismo mantinha todo o ente humano subordinado a necessidade de uma salvação. Uma vez que todos um dia morrerão. Já os existencialistas colocaram o foco na responsabilidade, na capacidade de escolha do homem. Tornado-o responsável pelas conquistas, fracassos, como afirmou Sartre: "o homem é responsável por tudo que faz", ou seja, ele é ator, diretor, e escreve o texto da sua vida. Mas, muitos preferem acreditar em castigo divino. Da mesma forma Heidegger afirma: "que a percepção do objeto conforme a sua consciência, gerando a existência como tal, ele denominou Daseín, o ser aí, o ser que existe e tem consciência de deixar de existir, o homem é um ser para morte". Artur schopenhauer, também fala do homem que pensa, sente e, sobretudo que é o objeto do do ser, querer a realidade, a isto ele chamou de vontade. Tal conceito de vontade representa uma força poderosa de autopreservação do homem e, está presente em toda vida, vegetal, animal. Para ele, o querer viver é a raiz de todos os males, para superar esta certeza do fim o filósofo sugere três atitudes: 1) prática da arte. 2) Prática da caridade. 3) prática do desapego para aniquilar a vontade de permanência. Nietzsche combate ardorosamente os conceitos do cristianismo e, cria a figura do super-homem, dominador das paixões, usa a força para vencer os obstáculos, o realizador da própria vida, o forte, tão em voga hoje, o cara.Ele foi uma dinamite.
Entretanto, após essa exposição sobre o pensamento destes filósofos, representantes da filosofia. Confesso que tais ideias já passeavam na minha cabeça desde criança, nunca aceite a ideia de passividade, do destino, de azar, como meu falecido pai sempre falava... Desde novo vi que a vida era para os fortes, os que tinham coragem de existir, mesmo trazendo o germe da morte... Portanto, sempre acreditei que sucesso e fracasso tinha muito a ver com a minha atitude, e não algo fortuito que poderia acontecer. A posição de ser vítima para mim era repugnante, mesmo diante o caos, poderia trabalhar para transformá-lo. Outro aspecto que sempre me preocupou foi o da continuidade da vida ou não, hoje aos sessenta e oito anos, caminhando a passos largos para o encontro fatal, prefiro a abordagem existencialista de viver, o aqui e agora, e deixar a problemática da continuidade para o momento que ocorrer o desfecho, ou seja, não temer a perda da existência a ponto de não viver. Não morrer antes de acontecer. Celebrar o agora.
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