Sabemos que existem entes, pois tudo é ente. O céu, as estrelas o mar, as coisas, os animais, o homem, enfim tudo é ente. Sabemos que cada ente tem características próprias, finalidades específicas. Também sabemos que cada ente tem seu ser. O ser do ente. Mas, o que caracteriza o ser do ente? Como separá-lo do ente? São perguntas complicadas, pois, sabemos que todo ente tem seu ser, contudo, o ser não está alojado em algum lugar do ente. O ser invade o ente, qualifica-o, mas, não se deixa limitar pelo ente. Assim, fica evidenciado que o ente é o que a sua presença demonstra. .Mas, na subjetividade do ente encontra-se o ser. .
Entretanto, para mergulharmos no ser, temos que transcender a ontologia, a ciência, a ontoteologia, e mergulharmos na metafísica do ser, observando o ser, enquanto ser, eis a imensa dificuldade, porque, os demais caminhos acabam funcionando como um distanciamento do ser. Com certeza, por isso que o grande místico Khisnamurti afirmava: Tudo funciona como fuga: religião, droga, saber,etc... Porque impede
a observação direta do ser. Portanto, é interessante compreendermos que nada, nem pessoa, autoridade, crença, ciência,elas não poderão ensinar o que é o Ser. Heidegger em seu memorável artigo o que é metafísica? Demonstra a similaridade entre o ser e o nada. Demonstra a sutileza do ser, no entanto, valoriza a descoberta, e compreensão do ser dos entes. Não obstante, a imensa dificuldade inerente ao processo de compreender e descobrir o ser dos entes, este caminho é único e original, porque ninguém poderá conduzir outro ser humano nesta jornada.
Ademais, o processo de observação do
ente em busca do ser requer persistência, paciência, determinação, pois a
grande massa humana encontra-se emaranhada nas religiões, nas ciências, e mesmo
nas ontologias. Assim, muito poucos ousam compreender o ser de cada ente. Portanto é fundamental observar o ser, pois a
cada instante ele está transformando-se em não ser. Parmênides, (filósofo pré socrático que
nasceu entre 530 a 515, a.C), é tido por muitos como fundador da
metafísica ao afirmar a importância do que é; negando peremptoriamente
o nada, abre caminho para a metafísica do ente, e por conseguinte o
estudo do ser. Então todo ente tem um ser? Sim, todo ente tem um ser, eis a verdade. Este
ser é subjetivo, jamais transcendente, assim fica complicado o
processo de qualificá-lo. Sabemos que as coisas têm suas características
próprias, e funcionalidades em nosso
mundo da técnica, como bem afirmava Heidegger. Então o ser seria esta funcionalidade? Em
parte poderia sê-lo, mas, com certeza, será também sua forma de auto
consumir-se, sua forma de desgaste até seu completo acabar.
Todavia, fica mais evidente observarmos o ente
Homem, sua genética, sua funcionalidade, sua família, sua anatomia, sua auto consciência, enfim todas
características humanas são atributos do ente, mas, nenhuma
representa o ser. Assim, o ser do homem está nele, contudo, não está atrelado
as características. Sabemos que o ser do homem é bem maior que o homem,
alguns chamam de alma, espírito, inteligência cósmica , sabedoria interior,
poder superior. Mas, nenhuma destas qualificações enquadra totalmente o
ser, haja vista, que o ser encontra-se difuso na subjetividade do homem.
Desta forma, o impasse continua, e, ninguém poderá afirmar com total
convicção, que o ser do homem é isto, ou aquilo, ou que encontra-se, em algum lugar
da interioridade humana. Embora, seja um anseio que acompanha o ente
humano desde os primórdios, o homem neste aspecto compreendeu muito pouco, e
encontra-se no mesmo nível dos seus ancestrais. Mas, acreditamos que o ser do
homem é a vida, pois a vida é tudo sem ela nada.
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