Não estou no passado. Tampouco no futuro. Se queres me encontrar venha para o momento presente. Não adianta imaginar como era bom o passado. Aqueles amigos... Aqueles momentos maravilhosos... Simplesmente porque daquilo só existe algumas deformadas memórias, nada mais,e, com o passar do tempo muita coisa desaparecerá.
O velho Heráclito, o obscuro, estava coberto de razão, ao afirmar: "neste mundo predomina a impermanência". O que isto quer dizer? Quer dizer que apesar de sonhar com eternidade, o homem vive em um mundo que se transforma, se modifica. As relações são transitórias, os amores nascem e morrem de forma célere, as pessoas que amamos um dia chegarão ao fim. Assim, diante esta constante transformação, o homem busca prender os acontecimentos na memória. Quantas regras que não funcionam que ainda são válidas para nós! Desta forma o homem se prende a uma corrente invisível,(a temporalidade).
Portanto, o mundo do espaço e do tempo, onde o fluir prepondera deve ser compreendido como um processo, um constante vir a ser. Aqui prepondera o processo, em todos aspectos, fisico, mental, espiritual. A criança cresce, a cada sete anos ocorre uma renovação na maiora das células. Mentalmente tudo se transforma, o cabo de vasoura, para a criança passa a ser apenas um utensilio doméstico, não o tão sonhado cavalo... Certa feita, recebi a visita de um amigo da juventude, há mais de vinte anos eu não o via.Este amigo trouxe para esse encontro o Walter que não existia mais. Foi muito grande sua decepção. Assim, fica evidente que a memória tem um valor factual. Armazena lembranças, regras, concepções. Contudo, ela não é reflexiva, ela é, com certeza, o passado. E passado é concluso. Não pode ser mudado. Posto que só existe como lembrança. Nada mais.
No passado, só memória! Portanto, sempre estarei no agora. Quem vem se relacionar comigo trazendo o Walter do passado, não vai me reconhecer porque cada dia, e cada periodo, sou outra Pessoa, apesar das memórias... Sempre o tempo bom é o momento presente. Porque é o único que temos para viver.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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