A vida, os acontecimentos que se interligam. Tudo fluindo. Passando. Me faz lembrar a fumaça fazendo pequenos círculos, e, gradativamente sumindo... Eis, o que sinto sobre minha vida, meu viver. Uma interminável série de lembranças de acontecimentos que findaram, ou que findarão um dia, só restando apenas reminiscências, umas agradáveis, e outras nem tanto, outras até funestas, nada mais.. Eis o que se resumiu sessenta e sete anos de vida. Apenas memórias. Algumas serão dissolvidas ainda em vida, outras após minha morte.
Portanto, apesar da autoconsciência o homem nada pode diante o inevitável suceder. Ele é parte momentânea do processo, ( digo momentânea porque um dia ele também findará ). Mas o que é este ser ciente do processo de viver?
Sartre o denomina de nada. Apenas uma consciência em busca do futuro, um constante sair de si... Heideeger define este ente como um ser que morre, presença...
No entanto, tal processo de buscar de jogar-se em busca do amanhã ocorre apenas como jogo mental, processo do pensamento que impotente queda-se diante a transitoriedade do que está acontecendo. Deixando o ente humano abraçado ao eterno nada.
Não obstante sua pretensa inteligência o homem teme, e se angustia profundamente diante este contante vir a ser, transformar-se, esta nuvem de fumaça. Assim, com a finalidade de aplacar seu medo visceral ele usa a crença em um mundo no pós morte, este mundo é estático. Nada muda. Felicidade é para sempre. Amor para sempre. Vida para sempre. Nada de fumaça. Nietzsche chamou este processo de niilismo. (Negar o mundo da vida, o mundo dos amores, mundo da vida, com a solene promessa de uma vida pós morte sem mudança, onde tudo ficará eternamente estabilizado).
Do exposto, fica evidenciado que neste mundo a ideia de Heráclito de Samos ( século VI a.C) prevalece, ou seja, a mudança. Posto que neste plano tudo vira fumaça, nada escapa.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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