Desejo é a medida da infelicidade humana, a porta de entrada da inveja, porque quanto mais desejo, mais angústia, mais decepção, mais frustração. O interessante é que o desejo é inconstante, porque o ente humano após concretizar seu desejo, logo, se vê invadido por outro desejo, e, aquele desejo que seria o motivo maior de sua felicidade, logo desvanece, perde a força. Assim, passa dia, passa ano, passa década, o homem continua apenas mudando seu desejo, mas, jamais consegue viver sem almejar. Portanto, o desejo assume a condição de marca da humanidade. Contudo, este desejo que pode ser motivador, na maioria das vezes, apenas amplia o sentimento de dor, decepção. Este tema provaca muitos quetionamentos:como o desejo surge no ente humano? O homem poderia viver sem desejar? Como neutralizar o desejo? Avaliando as perguntas afirmamos que a porta de entrada do desejo é o instinto: da visão, do tato, audição, aliado ao pensamento . Por exemplo a pessoa vê uma roupa bonita, sua atenção é despertada, posteriormente ela, observa, pega, e imediatamente se vê dentro da roupa, então o pesamento induz imediatamente: Que com aquela roupa ela vai chamar bastante atenção, vai ficar muito bem,assim, poderá conquistar um novo amor, ou tornar-se irresistível, para seu amor. Neste momento o desejo já vai assumindo o controle, e a cada momento ele se torna mais poderoso, então a pessoa passa a desejar, a pensar em comprar a roupa, então resolve comprar, mas algo inesperado ocorre a roupa é muito cara, está além de sua condição, mas, mesmo assim, o desejo persiste e a pessoa começa a pensar em comprar de qualquer maneira, pensa em um empréstimo, pensa comprar financiado, imagina que vai se apertar, mas o índice de infelicidade por não compra-la é muito grande. Eis o ciclo do desejo.
Entretanto, pessoas que foram expostas a abusos, que têm uma autoestima fragilizada, são bem mais vulneráveis. Pois, precisam preencher seu vazio interior com o desejo.Posto que, este tipo de pessoa não consegue conviver com a negação, frustração, não consegue adiar a realização de seu desejo. Mas, após a compra da bendita roupa, a pessoa chega ao orgasmo astral, felicidade irradiante, no entanto, logo a roupa vai perdendo o atrativo,haja a vista,que agora a roupa é dela. Então começa a outra onda de desejo, que vai apenas mudando o objeto do desejo. No que se refere a segunda pergunta afirmamos que todo ser humano tem desejo e lutar contra o desejo, combate-lo, apenas vai fortalecê-lo, assim o importante não é eliminar o desejo, sim compreendê-lo, aceitá-lo, neutralizá-lo determinando um conjunto de valores mais permanentes que valorizem a disciplina o equilíbrio. Aqui cabe muito bem a sugestão de Aristóteles para felicidade: Felicidade é o equilíbrio entre o vicio do excesso, e o vício da escassez. No que concerne ao terceiro questionamento, acreditamos que a neutralização ocorre através de um processo de auto educação, melhorando a espiritualidade e compreendendo que caixão de defunto não tem gaveta, assim algum dia ela terá inevitavelmente de perder tudo. Portanto, é importante compreendermos que o desejo não é mau, ele pode tornar-se um catalisador do progresso individual, das conquistas importantes do ser humano. Na verdade o que é deveras prejudicial é o desejo desenfreado, que se transforma em compulsão.
Embora, o ser humano tem uma boa capacidade cognitiva, uma capacidade de avaliação muito boa, mas diante da emoção poderosa do desejo esta capacidade perde sua eficiência. Então a regra é gostar de si, por você mesmo, em sua subjetividade, e valorizar o equilíbrio como o maior bem, e causa maior da felicidade.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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