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A consciência e o eu

Para  pensar !
A conciência e o EU !
           Sartre em seu livro o Ser  e o Nada define a a consciência  como   Para-si , tal dimensão para ele representa uma semelhança ao nada . Pois ,o para-si  apesar de existir , não permiti uma interação real  no agora . Assim, os pensamentos que  compõem parte da consciência, podem representar  situações vivenciadas apenas no pretérito ; desta forma fica impossibilitado toda comunicação e interação agora.  Mas  , Sartre em seu primeiro trabalho filosófico  salienta que existe dois tipo de consciência : Consciência de primeiro grau ,ou irrefletida  e consciência refletida . Assim a consciência irrefletida ocorre geralmente no instante ,representa :  resposta, atos , que são realizados sem uma ponderação , uma reflexão  da execução e da ação . Enquanto a consciência refletida  é uma afirmação do cogito cartesiano.Nesta consciência é possível  a ponderação. Portanto, o eu   como  a unificação da consciência como bem demonstra Sartre só poderá ocorrer na consciência reflexiva jamais na consciência de primeiro grau, como poderemos constatar neste texto  extraído do livro, A  transcendência do Ego, página 25: " No eu "penso"  há  um Eu que pensa.Chegamos aqui ao EU em sua pureza  e é exatamente do cogito que uma "Egologia" deve partir. O fato que pode servir de partida  é,portanto o seguinte : cada vez que nós apreendemos nosso pensamento ,seja  por uma intuição imediata ,seja por uma intuição apoiada na memória , nós apreendemos um Eu  que é o Eu do pensamento apreendido e que se dá , além disso, como transcendente a esse pensamento  e a todos os outros pensamentos possíveis . Se, por exemplo , eu quero recordar  determinada paisagem percebida no trem, ontem, é-me possível  fazer retornar  a recordação dessa paisagem enquanto tal, mas eu posso lembrar-me também  que eu via essa  paisagem. é o que Hursserl denomina ,na  Consciência interna  do tempo, a possibilidade  de refletir na recordação. Dito de outra forma , eu posso sempre operar uma rememoração qualquer  sobre o modo pessoal  e o Eu aparece imediatamente." Mas , em  outra parte do livro  Sartre salienta:  "Uma vez , portanto,que todas as recordações  não reflexivas  da consciência   sem mim , e como, por outro lado as considerações teóricas baseadas na intuição de essência  da consciência nos obrigam a reconhecer  que o eu não podia fazer parte da estrutura interna  das " Erlebnissen" , só nos resta  concluir que : não  existe  Eu  sobre o plano irrefletido.Quando corro para pegar um ônibus, quando eu olho as horas , quando me absorvo contemplando um retrato,ali não há um Eu.O que há é consciência do ônibus que devo pegar". Portanto , como vemos  Sartre é claro ao dividir a mente reflexiva e a mente irrefletida demonstrando o eu como condição inerente a mente reflexiva , tal pensamento guarda em seu bojo uma semelhança com o pensamento de Jiddu Krisnamurti , que defini o Eu,como: "Um feixe de memórias".Ou seja , pensamentos ,vivências  recordadas , mas tal recordação é oriunda da mente reflexiva que se auto examina. Mas  qual a  relação da consciência com a formação do Eu? Primeiro é importante entendermos que o ente , homem, é um ser auto consciente, que tem a capacidade de gerar pensamentos  , e que tais pensamentos na prática têm um imenso poder de gerar uma estrutura  por trás do ente , tal estrutura é denominado de : Eu, Ego, e até mesmo Super ego Freudiano. Pois , geralmente a pessoa torna-se o que pensa , o que acredita ser . Ademais, se observarmos os animais ditos irracionais , chegamos logo a conclusão que eles não têm Eu, muito menos ego. Porque são inconscientes de sua própria existência . Desta forma , fica evidenciado ,a nosso ver , que consciência,pensamentos, mente reflexiva  , são catalizadores da formação da consciência Eu.  Mas, tal fato fica mais evidenciado quando observamos pessoas com o mal de Alzheimer,pois em sua fase terminal  a pessoa perde todas associações rememorativas  importantes  e desta maneira a consciência é totalmente destruída , restando apenas um corpo vazio , sem alma , sem Deus, sem memórias afetivas, sem memórias técnicas, sem memórias de auto consciência . Portanto  tal exemplo é incontestável  de que deve haver um elo bem forte entre consciência e Eu.

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