Tudo se resume em ciclos repetitivos, temos o ciclo do dia, que inicia ao amanhecer e finda ao anoitecer, tudo da mesma forma. O que muda são algumas situações, umas podem ser boas outras negativas, tristes, prazerosas, desesperadoras. Mas na essência tudo se resume em uma rotina existencial, que só será interrompida com a morte! Parece pessimista esta ideia? Mas retrata a pura verdade existencial, todos estão presos a esta imensa corda temporal. Nada pode ocorrer fora do tempo. O tempo indiferente, (como salienta a mitologia) devora, um a um, seus filhos, ninguém escapa.
Diante a existência o homem, o único ser que sabe sobre sua existência e vida, que sabe que caminha a passos largos para seu fim. Portanto, diante este fato, importa pouco viver algumas dezenas de anos a mais, se o final é certo. Mas, inconformado o homem criou explicações, criou a permanência, para devorar a impermanência, o devir. Não obstante a boa elaboração da filosofia criacionista, sobre os fatos existenciais, só o dogma que elimina qualquer investigação e encerra o debate, uma vez que, resume tudo a uma questão de fé, permite ao ente humano pensar que vai viver para sempre. Portanto, fé é um processo subjetivo que induz ao ente humano a acreditar em algo que não pode ser comprovado. Mas, apesar da fé na intimidade permanece um medo, uma certeza, o homem como disse Heidegger, "é um ser para morte".
Observando o mês vemos um ciclo um pouco maior, trinta dias, mas termina um começa " outro", apesar de mudar o nome tudo é o mesmo,rotina existencial, da mesma forma o ano, a década, o século, só tempo gerando temporalidade, ou seja, o homem criando passado, presente e futuro, eis o viver, consumir os ciclos existenciais. Claro está que o homem sendo um ser livre pode criar coisas boas ou negativas, acredito que as negativas têm em muito superado as coisas boas. Outro aspecto importante é que o ente humano prefere festejar o nascimento e repelir o que está findando, como tudo é um constante fluir se agarrar ao novo é pura ilusão, posto que o novo,logo envelhece e morre. Então o que fazer diante ao constante vir a ser dos ciclos existenciais? Nada pode ser feito, visto que, o homem não tem poder, não é detentor de conhecimento superior, assim, a melhor estratégia diante da vida é ser um observador, uma testemunha ativa em cada etapa celebrando o novo e abraçando o velho, até que sua rotina termine. Estranho? O que dizer de Deus criador? Do céu, da vida eterna, sem ciclos? O homem é finito, limitado, portanto incapaz de desbravar o desconhecido. Amigo, aceite um fato, o homem tem prazo de validade, portanto, deve usar bem este tempo. No meu caso, com a velhice chegando, o tempo esvaindo, cada instante vale ouro, uma fortuna para ser devorado pela rotina existencial Nada importa, diante a verdade da existência, apenas a sagrada compreensão do eterno agora ...
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário e sugestão ,muito nos honra seu acesso ,Seu comentário é nossa melhor forma de melhorar as postagens, obrigado!