Existe uma verdade existencial: o homem e, os animais e, tudo que tem vida um dia morrerá. Esta verdade ao longo dos anos foi negada, colocada no porão da consciência humana. Mas apesar de negar sua finitude o homem em sua subjetividade tem medo do findar. Schopenhauer em seu texto sobre a morte e a dor afirmou: "o que morre no homem são suas memórias, lembranças mesquinhas." Neste mesmo texto também afirmou: " caso o homem vivesse eternamente ele iria desejar seu fim, sua dor seria intensa". Observando estas declarações de Schopenhauer surge a pergunta a morte é um castigo ou uma bênção? Para imensa maioria da humanidade o que prevalece é o medo da morte e da vontade de viver. Schopenhauer denominou de vontade este inato anseio por vida.
Epicuro defendeu a ideia de que vida e morte jamais se encontrarão, para ele, quando a vida está presente a morte não está, da mesma forma quando a morte chega a vida se ausenta. Assim, seguindo esta abordagem de Epicuro fica evidente que na morte não existe sofrimento porque em sua presença a vida se ausenta. Portanto, não vale a pena desperdiçar a vida pensando na morte de forma mórbida. Schopenhauer comparando as folhas secas e os homens afirmou: “De onde vieram? Onde estão agora? Onde se achará o profundo seio do nada, produtor do mundo, que os oculta? Mas a esta pergunta, devíamos sorrir, por onde se poderá achar
senão onde toda a realidade é, e será, no presente em tudo o que este representa e contém, em ti, insensato que
interrogas, pois ignorando a tua própria essência, assemelhas-te a uma folha seca que oscila no ramo de uma
árvore, e, no Outono, pensando na sua próxima queda, lamenta sua sorte, sem querer consolar-se com a ideia
dos tenros brotos que na Primavera virão adornar a árvore. E a folha seca se queixa: “Já não sou eu, serão
outras folhas”. Oh! folha insensata onde queres tu ir? De onde poderiam vir as outras folhas? Onde está esse
nada em que temes sucumbir? Reconhece, pois, o teu próprio ser oculto na força íntima, sempre ativa da árvore,
nessa energia que não acarreta a morte nem o nascimento de todas as suas gerações de folhas. Não sucede com
as gerações de homens o mesmo que com as folhas de uma árvore?". Desta forma brilhante Schopenhauer nesta linda metáfora onde compara a brevidade de uma folha seca aos homens; demonstrando que a morte apenas destrói a forma superficial mas a força de vida no homem, sua vontade de vida estará presente em cada criança que nasce... Assim, não adianta lamentar a morte, mas celebrar a vida, jamais esquecendo que somos apenas folhas secas... Caímos e nascemos.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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