Não tenho dúvida, a morte é causa, e, motivação maior do medo do homem. O homem buscou transformar a morte em uma ponte para a eternidade; (vida pós morte) posteriormente procurou desconstruí - la, depois o homem passou a criar a cultura do momento presente, o agora. Assim, só penso e me preocupo com o imediato, devido a esta estrategia, a morte fica lá, na possibilidade, no imponderável...
Mas, aqui e acolá, alguém morre, e segundo Bauman: "a morte de estranhos, de anônimos é apenas a morte de alguém, mas a morte de pessoas da intimidade do homem, representa a absoluta perda do mundo daquele ente querido". Esta perda é perempitória! Irreversível.Bauman denominou este sentimento de perda total duo mundo do eu e você, de morte em segundo grau! Haja vista, a morte do mundo do outro também representar para nós um luto, uma certeza de que este mundo do eu e você, Jamais voltará! É um final, é definitivo.
Bauman descreve este tipo de morte:" do mundo, eu-você” "produzido pelo falecimento de um companheiro-na-vida pode ser descrito, com um mínimo de simplificação, como uma experiência de morte de “segundo grau” (e permitam-me repetir: trata-se da única modalidade em que a experiência da morte é acessível aos vivos)."
O ente humano não superou a ideia de sua morte.Não superou a ideia de mundo sem ele... Isto é um fato. Mas Bauman fala em morte de terceiro grau, para o autor morte em terceiro grau ocorre quando uma relação é rompida, porque neste caso o mundo, eu e você, é suprimido totalmente de cada parceiro. Neste caso para cada parceiro o mundo de relação deixou existir. Mas, os parceiros estão vivos, portanto podem reatar a relação, o que não ocorre quando um dos parceiros morre. Neste caso o mundo do eu e você é definitivamente suprimido. No entanto, o homem apesar de negar, confrontar, adiar o pensar sobre a finitude de tudo neste mundo, em sua subjetividade, ele sabe que a vida é curta, e que a morte é a verdade e a grande aporia.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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