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Sartre 2 Temporalidade!

            Sartre observa a temporalidade como uma dança temporal onde futuro vira presente e, presente  vira passado.  Na verdade existe  um constante movimento onde  o instante funciona como uma passagem  do futuro para o passado.
            Passado - Sartre não acredita em um passado universal envolvendo todos "em si."  Também Sartre não aceita que o passado morreu, como defendeu Descartes. Tampouco Sartre acredita que o passado possa contaminar o presente. Posto que o passado é "em si" enquanto o presente é "para si".
           A ideia de Sartre sobre o passado é que não existe passado geral. Na verdade existe  passado de cada um. Por exemplo: João  estudante de filosofia nos anos 60. Observamos que neste caso, hoje este passado se refere ao Sr joão um idoso que foi estudante do curso específico na universidade específica, no ano específico. Portanoto este passado qualificado do João. Outro aspecto deste passado é que este passado é do João e das pessoas que ainda vivem e participaram  deste momento.
        Outro aspecto sobre o passado é que quando o homem remora algo acontecido lá, (no passado) ele se emociona hoje. Suas conexões cerebrais são afetadas hoje. No entanto  a consciência ("Para si" vai ao encontro do passado, e trás para o agora.) Fica  evidente que o "Para -si" não é o passado que é "Em si". Logo para Sartre o passado  é concluso e específico, portanto, cada futuro vai gerando instante que vai gerando passado. Assim podemos dizer que um instante 1 tem seu passado, o instante 2 tem seu passado, o instante n teu seu passado.  Mas o importante é saber que todo passado é  Em si  portanto é estruturado. Já o Para si é contigente. Eis o porquê que o passado jamais poderá imbricar -se no presente.  
     Presente - presente é o fato. O que está acontecendo agora. Logo vai deixar de ser. Posto todo futuro  presentificado  de forma  célere vai virar passado .(fluxo). O passado já foi consumado, concluso, portanto definitivo. Já o presente é  um acontecer. Assim, o passado é em - si; já o presente é para -si. Eis o porquê que o passado jamais poderá ser trazido para o presente como defendeu Bergson. O presente se resume na infinitesimal partícula do instante. 
     Futuro - Não é ainda. Poderá acontecer, mas também poderá não acontecer. O futuro também é para si, e cada futuro presentificado se transforma  passado. Eis a temporalidade em Sartre no livro Ser e Tempo.
     

   
    
         

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