O que de fato temos? Eis uma boa pergunta. De cara afirmo o nada nas mãos... Como? Explique melhor. Sim o nada nas mãos, visto que, o que de fato tenho é em tese o momento presente, e, o momento presente nada é, porque quando piscamos, ele já deixou de ser.
Tudo na minha vida se resume a um processo de colecionar imagens de momentos, que findaram, ou seja, não são mais. Portanto estas imagens de fato nada são. (São recordações), eis o primeiro ponto. Minha relações são encontros de imagens. Nada sei da subjetividade do outro, ele de mim, também nada sabe. Logo nossos encontros são de corpos e de imagens. Nada mais.
Minhas propriedades todas sem exceção deixam de ser minha no meu leito de morte. Tudo irá passar para herdeiros, ávidos pela herança... Com certeza a alegria da herança é superior a dor do falecimento do ente querido. Nunca me esqueço de um amigo que apenas guardou dinheiro, repentinamente ficou doente, o médico disse para ele: " você não vai sair daqui. Passe sua senha para seu familiar, porque nada mais pode ser feito por você". Imagino a angústia, a imensa dor deste homem que não usufruiu seu dinheiro, e no leito de morte teve de dar para outras pessoas, mesmo sendo da família.
Não obstante, o homem saber que vai findar. Que vai morrer. Prefere não pensar no assunto, prefere viver como não fosse morrer. Mas, a sua volta tudo morre. As pessoas, os bichos, o tempo, os acontecimentos, nada escapa, só testando de fato o nada nas mãos.
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