Sempre fui apressado, sempre busquei a impaciência como amiga, conselheira, não será necessário afirmar que tal estilo de vida foi bastante prejudicial para minha pessoa. Causou - me muito disabores.
Assim durante a minha vida fui passando pela vida, sem realmente viver, pois, meu agora, meu sublime instante era trocado por uma ideia do futuro que poderia acontecer, mas poderia também não acontecer. Portanto, o importante era minha total falta de atenção aliada a uma ansiedade crônica. Desta forma "vivia"de forma apressada , tudo em minha vida ocorria em alta rotação. Quando estava lendo era uma ansiedade louca para chegar ao final, acabava lendo mal, perdendo a maior parte da leitura.Diante uma provocação não sabia silenciar, reagia, criava um problema maior. Quando viajava dirigindo meu carro, não aguentava, logo começava a correr, quando menos esperava estava correndo muito; terminava à viagem exausto. No trabalho não fugia fugia à regra. Assim, fui vítima de ansiedade crônica durante várias décadas, tal fato me incomodava bastante.
Entretanto, um dia despertei! Acordei! Compreendi o porquê de tanta pressa; assim por um passo de mágica tudo ficou bem claro, compreendi que a vida é um fluir, um suceder constante, e que na verdade ninguém tem poder sobre o tempo, pois a temporalidade é um processo que acontece no âmago do ente humano, só ele mensura o tempo, assim surgiu o tempo que findou, mas que vive na memória do homem, tal tempo foi denominado passado para salientar sua impossibilidade de vir a ser, pois ele já é definitivamente. Neste processo temporal surgiu um tempo denominado futuro, pois ainda não é, mas poderá sê-lo, como também poderá não acontecer, por isso o futuro é uma esperança, uma quimera, mas não é real. Portanto, entremeando o passado e o futuro surgiu o presente, o agora, o tempo real. que infelizmente funciona apenas como uma passagem para o amanhã. Portanto a vida humana vai acontecendo através do processo temporal, e neste processo a ansiedade se manifesta de forma contundente.
Mas além do processo temporal surge um fator real, forte, poderoso e desconcertante, a Morte, desta forma o ente humano como, a mosca que apavorada se choca na vidraça da vida, vive na expectativa da permanência constante da vida. Portanto, compreendi que era uma extrema estupidez a pressa, a ansiedade, pois todos estão correndo céleres para a morte, nesta jornada não escapa um. Após estas mensurações da subjetividade ,acordei, compreendi, portanto, resolvi aplicar a calma na minha vida, tal atitude foi, e tem sido uma experiência fabulosa. Mas a pressa é renitente sempre retorna, teima, mas, imediatamente retorno à atenção, e a calma se manifesta, outra vez .
Assim, viver consciente da calma é um processo meditativo muito forte, aceitar o momento presente, respirar fundo, caminhar lentamente ajuda bastante encontrar a paz interior, e conservar a calma.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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