Sartre afirmou que o instante é eterno. Apesar de ocorrer uma sucessão de instantes, depreende-se que tudo ocorre no instante, como bem demonstra Sartre em seu livro, o Ser e o Nada. Portanto, a vida uma expressão da magia do viver, ocorre no instante, tudo acontece no minúsculo instante, nada ocorre fora dele. Portanto, gerenciar interiormente todos instantes ocorridos de forma tal que nada seja desperdiçado, eis a grande sabedoria e a melhor forma de se viver.
A visão sartriana é contraria ao cogito de René Descartes, porque para descartes cada instante era finalizado. No entanto, Sartre analisando a teoria da temporalidade faz uma análise do tempo em sua série sucessória: passado, presente e futuro, mas primeiro apresentando a noção de antes e depois. Assim Sartre explica que algo que já aconteceu é anterior a algo que está acontecendo, e que o que está acontecendo é anterior ao que ainda não aconteceu, mas vai acontecer. Para o grande pensador existencialista o passado não morreu,ele findou, acabou, mas continua em outra dimensão cognitiva, por isso, nada se pode fazer para alterá-lo, porque enquanto o ser é Em - si, o passado é Para- si, ou seja, o passado existe como memória, mas quando uma pessoa pensa em algo que ocorreu no passado, este ato de pensar, ocorre no agora, apesar de ir buscar na memória as imagens associadas a ele, desta forma o passado é assegurado como existente contrariando completamente a tese de Descartes e Bergson, que acreditavam no fim definitivo do passado.
Sartre garante o não fim do passado, e afirma que ele é um passado qualificado de cada pessoa, por exemplo: Algo que ocorreu em sua vida em Dezembro de 2000 em Fortaleza, será para você existente, pois, está vivo em sua memória, apesar de nada mais poder fazer em relação a ele.
Contudo, a dança temporal onde o
o presente se transforma em passado, e o futuro se torna presente, tudo ocorre na dimensão única do instante. É aqui no instante que ocorre a dinâmica da temporalidade, tudo ocorre em determinado instante, nada ocorre fora do instante. Logo, surge o questionamento: como explicar a sucessão de instantes? Sabemos que cada instante vai se tornando pretérito e o futuro vai se transformando no instante atual, a milionésima fração do instante é uma passagem, mas nesta passagem o instante é conservado, por isso ele é eterno. Trocando em miúdos, o instante é um eterno transformar-se, assim nada permanece estático.
Agora surge a questão mais sutil, com esse constante transformar-se do instante, como o ente humano assegura, e encontra seu eu e não outro? Marcel Proust se interrogava, "como uma pessoa após uma noite de sono encontrava o seu eu, e não outro qualquer?" Eis o mistério. O que importa é que na dimensão do tempo ocorre o antes o durante e o após, e tudo é unificado no instante.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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