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Medo do Inferno!

         O homem desde os primórdios, busca uma certeza, (a  de que ele não findará com a morte). Por que este ânseio? O que motiva tão forte desejo? A priori, o desejo de  continuar é fruto do medo do morrer, do findar, tal medo só ocorre com o homem, uma vez que só o homem tem autoconsciência, ou  seja, só o homem sabe de sua existência, e do seu final. Nenhum animal sabe que vive, portanto, nenhum animal se preocupa com sua morte. Eis um fato.
          Posto que a consciência  de si mesmo e dos outros gera  apego a pessoas, coisas, mas aqui tudo é impermanente, amores, prazeres, relações,  a vida, o devir  é poderoso, arrebatador, produzindo um pavor visceral no ego. Devido ao imenso  pavor do homem em relação ao findar surgiram as religiões, com a finalidade de livrar o ente humano  deste sofrimento.
Portanto as  religiões elaboraram um conjunto de princípios que explica tudo direitinho, primeiro  Deus criou o mundo, o universo, fauna, a flora, posteriormente o homem e a mulher, tudo muito bem explicado, então surgiu um problema; como inserir a morte? Não seria mas fácil ter deixado só a vida? Como surgiu a morte e por que o morrer? Para enquadrar a morte e acalmar o homem, os "sabidos" criaram o pecado, desobediência, o primeiro homem errou, Deus para puní-lo criou o sofrimento, a dor, através da morte, tudo bem explicadinhtinhao. Mas tinha algo fora do lugar, como  explicar o  porquê  dos outros homens, nós que não tinha nada com o pecado de Adão, pagaram  o preço? para resolver este problema criaram o pecado original, o pecado foi transformado em herança maldita, por isso,  morremos, está explicado, ufa! Que trabalho! Agora para aliviar a dor, criaram vida pós morte, e disseram se você for bonzinho, acreditar nesta história, quando morrer vai para o céu, paraíso, caso contrario, estará condenado  ao inferno; jogada de mestre encontraram um meio de controlar o homem, (medo do inferno). Quando alguém pede melhores explicações, eles dizem enfaticamente é dogma, sem explicação tem que acreditar no escuro, pagar para vê.
      Talves eu tenha nascido defeituoso, mas nunca acreditei em religião nenhuma, desde garotinho, pois via a contradição. Se o céu é melhor; por que ninguém quer ir para lá? por que quando sabem que estão acoqmetidos com uma doença fatal ficam desesperados? Assim, eu  ficava calado e lá no íntimo dizia, estou vendo outra coisa! Ainda bem que não nasci na idade média, pois teria ido para fogueira.  Atualmente aceito que ninguém consegue explicar o desconhecido, que espiritualidade é a grande sacada, uma vida em silêncio interior, sem ritual, sem dogma, produz a eliminação do medo, preenchendo a pessoa da genuína alegria de viver em  cada momento, sem desejar perpetua-lo. O maravilhoso da vida é esta ausência de certezas é o caminhar de braços dados com o desconhecidos; só os fracos precisam de certezas, de crenças, pois são ávidos de aprovação, felicidade, permanência e averso a dor, mas a vida serve tudo numa bandeja, eis o grande dilema para eles, para mim, eis a magia da vida...Que assim seja.

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