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Fernando Pessoa,O Poeta Solitário!

Para Pensar!
Fernando Pessoa,O Poeta Solitário!
            
              Fernando Pessoa poeta ou filósofo? A fronteira entre a filosofia e a poesia é bastante tênue,assim o filósofo é um poeta da vida,da subjetividade, e o poeta acaba mergulhando na filosofia,no filosofar. Fernando Pessoa  representa muito bem esta fusão entre poesia e filosofia.Mas, ouso afirmar que Fernando Pessoa foi o poeta da alma,da angústia , um filósofo  da existência.descreveu como poucos a subjetividade humana..
            No entanto, este gênio da literatura portuguesa, foi um solitário, perdeu o pai aos seis anos, viveu sua infância e adolescência na Africa do Sul, devido o casamento de sua mãe, posteriormente,  tentou uma bolsa para uma universidade Inglesa, mas apesar de ter tirado o primeiro lugar não conseguiu alcançar seu objetivo,devido a este fracasso de seu ideal, o poeta foi para Portugal, em Portugal o poeta estudou, trabalhou , frequentou bares, restaurantes e produziu um imenso acervo literário de extraordinária qualidade,na atualidade ainda existe trabalho inédito do autor,apesar de ter abandonado o curso de filosofia, o poeta foi ,com certeza, o filósofo da alma.. Mas, apesar da excelente qualidade literária de seus escritos,  Fernando Pessoa não foi um sucesso em vendas de livros, haja vista, ter editado  apenas um livro,denominado de mensagem. Importante é que seu sucesso literário ocorreu após sua  morte aos quarenta e sete anos de vida.
            Fernando Pessoa , viveu só, escreveu só, viveu de forma modesta,não casou, trabalhou apenas o suficiente, para sua subsistência,o resto do seu  tempo  foi empregado em visitas aos bares, restaurantes, e sua   produção literária. Observando alguns de seus poemas constatei uma angústia existencial muito evidente, fruto  de sua profunda compreensão do sofrimento humano, de sua compreensão da transitoriedade da vida, dos amores, enfim de tudo.Despertou minha  atenção uma frase  curta, mas contundente:"O homem é um cadáver adiado".Esta frase diz tudo, afirma a verdadeira  condição humana, muito bem definida por Heidegger : "O homem é um ser para a morte".Assim, o homem mesmo que não queira nem pensar  sobre o assunto, independente de qualquer sucesso, enfim de tudo, o ente humano é apenas um cadáver a ser concretizado.;Duro, realista demais, mas, verdadeiro,. Outra passagem interessante  é um poema que afirma a dança temporal , o homem diante a dança do tempo, que não espera sempre passa. Mas, este homem na intimidade é um solitário em sua subjetividade,pois, cada homem é penetrado, por um imenso deserto,no poema ele fala várias vezes deste imenso deserto, como um atributo existencial.,
          Não sou um estudioso de  Fernando Pessoa, mas quero  expressar neste texto a impressão  de um ser que também vive ciente do deserto e do cadáver adiado que o homem algum dia será.Neste cosmo,neste plano o que predomina é acima de tudo um sofrimento absurdo recheado de algum  prazer e alegria,Sofrimento, personificado na certeza , da perda da vida, no saber que nossos  filhos. nossos amores, nós próprios  têm prazo de validade.Portanto, não adianta pensar, idealizar algum final feliz, porque aqui só existe um final,o morrer,perecer.Trágico? pessimista?Pode ser, mas representa a realidade.Não importa criar um ideal para negar a realidade,porque o ideal apenas ilude  o ente humano.Pensar em vida pós morte, em encontro no céu  com  os entes amados,apenas consola o homem além de manter o medo sobre controle, mas é metafísica dogmática, que nenhum ente humano poderá desbravar. Portanto, apesar da transitoriedade o ente humano poderá viver bem, celebrando cada momento, amando sem se apegar, e respeitando a vida, pois elaé tudo, sem ela nada.

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