O homem desde os primórdios busca uma certeza, de que ele não findará com a morte. Por que este anseio? O que motiva tão forte desejo? Em primeiro lugar o desejo de continuar é fruto do medo do morrer, findar, pois o apego a pessoas, coisas, sensações, prazeres, é poderoso, arrebatador, produzindo um pavor visceral do deixar de existir, assim surgiram as religiões para aliviar este sofrimento.
No entanto, as religiões elaboraram um conjunto de princípios que explica tudo direitinho: "Deus criou o mundo, o Universo, o homem, a fauna, a flora, tudo muito bem explicado", então surgiu um problema, como inserir a morte? Não seria mais fácil ter deixado só a vida? Como surgiu a morte e por que o morrer? Para enquadrar a morte e acalmar o homem, os “sabidos" criaram o pecado, desobediência, o primeiro homem errou, Deus para puni-lo criou o sofrimento, a dor, através da morte, tudo bem explicadinho, mas tinha algo fora do lugar, como explicar por que os outros homens, nós que não tínhamos nada com o pecado de Adão, tivemos de pagar o preço? Para resolver este problema criaram, o pecado original, o pecado foi transformado em herança maldita, por isso morremos, está explicado, ufa! Que trabalho! Agora para aliviar a dor, criaram vida pós-morte, e disseram, (se você for bonzinho, acreditar nesta história, quando morrer vai para o céu, paraíso, caso contrário, está ferrado, vai para o inferno;) jogada de mestre, encontraram um meio de controlar o homem, medo do inferno.
Quando alguém pede melhores explicações, eles dizem enfaticamente, é dogma, sem explicação, tem que acreditar no escuro, pagar para vê. Talvez eu tenha nascido defeituoso, mas nunca acreditei em religião nenhuma, desde garotinho, pois via a contradição, se o céu é melhor, por quê ninguém quer ir para lá? Por que quando sabem que estão acometidos com uma doença fatal, ficam desesperados? Assim, eu ficava calado, e lá no íntimo dizia, (estou vendo outra coisa! ) Ainda bem que não nasci na Idade Média, pois teria ido para fogueira.
Portanto, atualmente aceito que ninguém consegue explicar o desconhecido, que espiritualidade é a grande sacada, uma vida em silêncio interior, sem ritual, sem dogma, produz a eliminação do medo, preenchendo a pessoa da genuína alegria de viver, cada momento sem desejar perpetuá-lo. Que assim seja.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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