O grande filósofo Martin Heidegger, autor de o Ser e o Tempo, publicado em 1927, (obra que tornou-se um marco na filosofia moderna). Nesta obra, Heidegger define o ser como presença, que representa saber que existe, saber que os outros entes existem. Assim, o ser é formado pela consciência existencial. Luz que qualifica a existência dos entes e de outros seres.
Mas, o que é o ente? O ente é uma coisa, um objeto, enfim tudo é ente, inclusive o homem. Contudo o homem através de seu ser, necessita está em constante relação com o mundo das coisas. Mas, para Heidegger, (" o ser ilumina o ente, e que que todos entes possuem um ser que o qualifica, mas só o homem transcende o ente, rompendo com sua obscuridade). Portanto, os demais entes não são possuidores da luz da presença. Então, tudo que compõe o universo, e que faz parte do universo, que não sabe que existe é um ente, também,um ser, mas que não tem sentimento de presença, assim:( carro, estrela, casa, os animais irracionais, são entes, e, seres).
Portanto, o mundo é composto de Ser e de ente. Não obstante, até o surgimento do Ser,(do homem), o ente permanecia silenciado,preso em sua obscuridade, sem ser descoberto,desbravado.Logo, só com o surgimento do homem que o "cosmo" ( não no sentido aristotélico), passou a ser estudado, desvendado, pois, foram milhões de anos na obscuridade... Contudo, o sentido de presença, que determina a existência do ser, também, produz à certeza, de que um dia o Ser, (homem), deixará de existir, esta certeza do findar é a grande angústia existencial. Assim, a angústia, o medo do findar produziram uma filosofia criacionista, que determinou que tudo que existe foi criado por Deus, (hoje tal filosofia em muitos aspectos foi contestada pelo conhecimento científico). Esta filosofia criacionista elaborou, uma filosofia dualista, pois criou dois mundos :( O nosso imperfeito, pecaminoso, um mundo de sofrimento, de dores, e o mundo perfeito onde habita Deus e todos os Seres, "bonzinhos", "sem pecados" que viverão felizes para sempre). Por outro lado os "maus", os pecaminosos serão condenados para sempre. Desta forma, foi amenizada a angústia existencial e o pavor da morte, do findar. Eis,em linhas gerais o drama dos Seres humanos, autoconscientes.
Desta filosofia criacionista surgiram as religiões organizadas, que se auto denominaram representantes de Deus neste mundo perverso. Por conta disso, elas tornaram-se poderosas, pois detinham o poder de ligar o "mundo do pecado" ao "mundo divino". Saliento que a teologia explicou tudo bem direitinho, com inicio meio e fim, tudo em seu lugar. Mas retornando ao Ser, mesmo angustiado pelo medo do findar, ele se constitui em fundamento de tudo, pois sem a presença do Ser, (homem), nada existiria, os entes só existem em função do Ser. Eis a verdade existencial... Desta forma o Ser que sabe que existe, que tem presença, que é consciente, não tem a inteligência para compreender e desbravar o imensurável, ( por enquanto), assim temos o Ser consciente, que sabe que existe, e capaz de qualificar os entes, mas é inoperante para compreender os enigmas maiores ... Portanto, o Ser diante do imensurável só tem um caminho, que é celebrar a existência, celebrar a dimensão do agora, celebrar a auto consciência, pois, só desta forma poderá encontrar a alegria e aplacar a imensa angústia existencial. No que concerne aos entes, sem o Ser presente, permanecerão no nada existencial.
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