Pular para o conteúdo principal

Prazer é Felicidade em Nosso tempo.

       Inicialmente  se faz necessário algumas considerações com referência a época  em que vivemos; as pressões sociais que o ente humano está exposto ao longo de sua  vida; a cultura  do fast-food  que prepondera nos dias de hoje; para posteriormente  confrontarmos felicidade e prazer. Não obstante, o grande avanço tecnológico vivemos uma época por demais complicada, haja vista, o que prepondera hoje são as aparências. Hoje é mais mais importante parecer ser do que  ser.
      Assim as pessoas passaram cada vez mais a  perderem  contato com sua intimidade; sua essência; sua subjetividade,  afetividade; desta forma,  o mundo do ter passou a comandar  a vida das pessoas  e  esta inversão de valores, com certeza  é um determinante fundamental para valorização do prazer acima de qualquer coisa.
      Ademais, são inúmeras as pressões sociais, um vez que,  vivemos em uma sociedade de consumo que utiliza todos recursos tecnológicos para bombardear o ser humano com propagandas de bens, produtos utilizando técnicas avançadas, técnicas de maketing  para vender seus bens, atraves da propaganda utilizando uma  linguagem subliminar que associa seu produto a  Prazer e poder. Fato que já determina  o enorme culto ao prazer que presenciamos na atualidade.
       No entanto, outro aspecto fundamental é a cultura da pressa,  da correria, hoje tudo ocorre em alta velocidade nada de perda de tempo, é a cultura do fast-food; hoje a grande fobia social é a perda de tempo. Acabamos de ver como nossa sociedade vive de forma  superficial, portanto, neste contexto o prazer é ansiado, desejado, de todas as formas porque os seres humanos confundem prazer com felicidade, assim vivemos em uma sociedade  hedonistas, e que traz como inevitável consequência um imenso sofrimento. Posto que  todo prazer é transitório e ao passar deixa uma imensa dor emocional, frustração, eis a realidade. Mas  o que é felicidade? O que é prazer?  Será possível a pessoa ser feliz sempre?  Observamos  que na antiguidade   felicidade era associada a ideia de viver para sempre ou encontrar  soluções que demonstrassem ao homem que ele superaria a morte, desta ideia surgiram textos que demonstravam tais verdades. Citamos, por exemplo Platão  que criou  a alegoria do mito da caverna que de forma evidente,  contundente demonstrou que nosso mundo era uma  cópia imperfeita do verdadeiro mundo, o mundo das ideias. Tais princípios através de Santo Agostinho foram  incorporados  ao cristianismo.
       Mas Epicuro  também defendeu a felicidade e a associou a ideia de vencer a morte  como podemos apreciar neste texto: "Devemos estudar os meios de alcançar a felicidade, pois quando a temos, possuímos tudo e quando não temos, fazemos tudo para alcançá-la. Respeita, portanto, e aplica os princípios que continuamente te inculquei, convencendo-te de eles são elementos necessário ao bom viver.Pensa que o deus é um ser imortal e feliz, como indica a noção comum de divindade, e não lhe atribuamos jamais caráter algum oposto à sua imortalidade e a sua beatitude. Habitua-te em segundo lugar que a morte nada é, pois o bem e o mal só existem na sensação." Assim, felicidade para os antigos filósofos era vencer a morte, mas e atualmente? A ideia  mais associada a felicidade é  a ideia de prazer, haja vista ser comum ouvirmos pessoas falarem. --- Estou gozando a vida, ela é muio curta; ou eu tenho direito a ser feliz, ganhar bem, ter minha casa,  meu bom carro, comer bem, etc. A outra ideia atrelada a felicidade é de poder  e ter. Portanto, os valores foram  invertidos, pois o que conta hoje  é se apresentar bem, demonstrar  a todos que é bem sucedido. Quando isto não acontece achamos que a pessoa fracassou, não "venceu na vida ", esta forma de pensar representa uma distorção de valores, mas é  a verdade. No entanto, eu defino felicidade de forma completamente diferente, pois associo felicidade a outros valores, ei-los : Primeiro associo felicidade a auto conhecimento; segundo associo a celebrar a vida  a cada momento; terceiro associo felicidade a liberdade interior, não precisar seguir  as verdades alheias, e por último associo felicidade a viver buscando de todas as formas a integridade. Assim para mim felicidade  é: Ser uma pessoa  auto consciente, que agradeça à vida em constante celebração e, que viva plenamente atenta ao agora sendo uma testemunha de todos os acontecimentos, buscando acima de tudo sua liberdade existencial. Portanto felicidade jamais será um acontecimento, posto que felicidade é o resultado de ações inteligentes não egocêntricas que permitam uma vida ética e de qualidade . A felicidade é um processo de toda uma vida, ou seja é sempre de longo prazo. Enquanto o prazer é sensação, bem  estar, logo  é superficial e de curto prazo,  além de ser passageiro  todo prazer no final deixa uma sensação de frustração.
Eis minha visão, a felicidade  é uma conquista e o prazer uma resposta,  a felicidade é conquistada, enquanto o prazer  é reativo. Felicidade ocorre em longo prazo e prazer ocorre em curto prazo é porque prazer é uma resposta a alguma coisa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O HOMEM É UM CADÁVER ADIADO! FERNANDO PESSOA.

       O poeta Fernando  Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase  extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade.        No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo  desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano.       Assim, não aceito que o homem seja

Dor De Barriga Não Dá Uma Vez Só!

      Os ditados  têm um  poder de síntese fabuloso, uma vez que,  eles conseguem com uma frase curta demonstrar verdades variadas, abrangentes, neste provérbio, dor de barriga não dá uma vez só, representa que é importante a pessoa respeitar e honrar seus compromissos. Representa uma alerta afirmando que  uma necessidade não acontece só uma vez. Salienta a necessidade do homem compreender que nunca se sabe sobre o que vai acontecer, assim hoje a pessoa pode está por cima, se dando bem, em outro dia passando necessidade. Portanto cuidado, com a arrogância.          Este dito é também um convite a humildade, visto que ele nos convida a não nos encantarmos com as conquistas do agora ao ponto de deixarmos de lado quem um dia nos ajudou. Sempre é bom vivenciarmos a gratidão, nunca esquecendo quem no passado nos ajudou em qualquer aspecto de nossa vida, não só sendo grato mas acima de tudo demonstrando  nossa gratidão. Tal atitude é fundamental para mostrar ao outro nosso caráter, nossa d

As Três Perguntas Da Esfinge!

      Mito da esfinge é uma forma de fazer o homem se questionar sobre sua origem, sua identidade  e seu destino.  Eis as três perguntas: 1) De onde venho? Eis uma pergunta importante, uma vez que não saber de onde vem, implica não sabe quem é. Logo esta pergunta visa possibilitar que o homem defina sua origem. Sartre respondendo esta  pergunta diria: " venho do nada."  Se Santo Agostinho respondesse diria: "sou filho de Deus". Se um gnóstico  respondesse  diria: " sou um microcosmo onde habita uma personalidade natural, e uma centelha divina que se localiza no coração. "O homem comum ficaria,talvez, atônito, e, afirmaria: nada sei". 2) Quem sou eu? Tem quem se identifique com o corpo. Acredita que ele se resume  ao corpo. Tem quem adora seu corpo. No entanto o corpo envelhece, perde sua flexibilidade, enruga, eis o drama do narcisista. Tem quem acredita que é sua inteligência, seus títulos, suas posses, já Outros acreditam nos ensinamentos religios