Eudaimonia tem o mesmo significado de felicidade? Para Aristóteles felicidade era a prática das virtudes, contudo, na época de Aristóteles virtude significava excelência não tinha valor moral, sim de excelência. Posto que para Aristóteles o importante era o indivíduo cumprir bem sua função na vida. Por exemplo: "um olho virtuoso é o que melhor cumpre sua finalidade, enxergar". Neste conceito fica explícito que felicidade naquela época não tinha nada a ver com a subjetividade humana.
Assim uma pessoa eficiente já é virtuosa. Nesta época valores morais, valores subjetivos não prevaleciam.Visto que tudo buscava a ordem e perfeição cósmica. Em nossa época a ideia de perfeição cósmica já não mais prevalece, visto que a ciência demonstrou que o cosmo é caótico, que não prevalece a ordem.
Portanto, observando o conceito de felicidade na pós modernidade fica evidente alguns aspectos: indiferença social, interiorização da felicidade, isolamento social, identificação de felicidade com prazer. Indiferença social - Na sociedade pós moderna prepondera o medo, uma fobia social, o outro não conhecido sempre é observado com certo grau de desconfiança... Desta forma, as pessoas cada vez mais vão se isolando e tornando-se indiferentes para o outro, desconhecido. Devido a este processo nossas metrópoles deixaram de manifestar aquele sentido de polis, e, se transformaram em conjunto de grupos isolados e indiferentes. Tal fato banalizou a violência, pois uma jovem estrupada é apenas uma jovem violentada que morava em algum ponto da cidade, este evento não causa mais infelicidade as pessoas, eis um fato. Interiorização da felicidade - hoje o importante é o bem estar físico, emocional, uma vez que tudo acontece primeiro na subjetividade. Portanto, se estou infeliz busco imediatamente algo que elimine esta infelicidade, porque o que todo mundo quer é sentir - se feliz. Isolamento social - hoje prevalece cada vez mais os condôminos fechados, grupos fechados porque o medo prevalece. Mas, como viver com medo, isolado sem identidade, apenas um na multidão e ser feliz? Para Aristóteles esta possibilidade jamais seria possível. Porque lá prevalecia o indivíduo, aqui prevalece o caos, a multidão... Identificação de felicidade a prazer - Assim, felicidade em nossa época foi associada a prazer. Hoje prevalece o hedonismo social. Tudo gira em torno do dinheiro, poder e prazer. Hoje ser feliz é se dá bem, ter dinheiro, ser sucesso com o sexo oposto, vivemos a época da exacerbação do prazer, por isso, hoje as relações são descartáveis, haja vista, que ninguém quer sofrer, todos querem a "felicidade", é, quando os problemas chegam o divórcio é certo. O sociólogo Sigmund Balman definiu está sociedade de sociedade líquida demonstrando o porquê desta instabilidade das relações.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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