O homem existe e vive,
sabe que existe e vive; o homem sabe sobre sua vida agora, também sabe sobre o que aconteceu e, sabe o que poderá acontecer amanhã; O homem sabe sobre a vida do outro, sabe também o que poderá acontecer um dia, com ele e, os outros.
Portanto só o ente humano é autoconsciente. Apesar deste imenso privilégio, o ente humano é um ser medroso e angustiado! Por quê? Porque esta consciência que Kant denominou de a "coisa em si; e, Schopenhauer denominou de " vontade; Nietzsche denominou de "vontade de potência". Esta consciência não quer findar... Mas em sua subjetividade ela é ciente de sua transitoriedade. Eis o porquê do surgimento das religiões para encontrar uma resposta que elimine a angústia existencial.(Mas, fracassou neste objetivo).
Não obstante as religiões afirmarem que a vida pós morte é muito melhor do que a vida atual, a imensa maioria da humanidade continua temendo a morte e, buscando meios para ampliar sua estadia aqui na terra. Sartre filósofo existencialista declarou de forma peremptória que: " o homem não foi criado por nenhum deus". Sartre acreditava que : "a existência precede a essência". Segundo o existencialismo o homem é condenado a ser livre, então este homem é o único responsável por sua vida, e, como o entre humano não tem essência herdada de um criador não existe este negócio de natureza humana. Portanto, Sartre nega esta busca metafísica, posto que para ele o homem surgiu do nada. No entanto, a abordagem criacionista e, a ateísta não libertaram o homem do medo do findar.(Raiz de todos medos).
Observando os demais animais fica evidenciado que eles existem e vivem, mas nada sabem sobre sua existência. Tal fato é suficiente para justificar a total ausência do medo elaborado no animais, ( medo criado pelo pensamento), portanto, nunca tive ciência que os animais manifestassem preocupações ou angústia existencial, também jamais foi relatado que algum animal adorasse qualquer tipo de divindade ou pelo menos sepultassem seus mortos. Assim, fica evidente que Sócrates estava certo ao afirmar: " a morte causa maior da filosofia e das religiões". Sócrates foi conclusivo ao dizer: " filosofar é aprender a morrer".
Ademais, além da autoconsciência, o ente humano vive em um plano que nada é estático, aqui prepondera a mudança, a impermanência nada aqui é para sempre, a cada instante ocorrem profundas transformações, mas, o homem através de suas memórias cria um centro como muito bem afirmou Krishnarmurti: " o eu é penas um feixe de memórias ". Este eu é o causador das angústias e medos, visto que ele quer permanecer, não quer desaparecer. Mas este eu não tem existência real, ele apenas guarda imagens do passado. Então o que fazer para se eliminar tamanho sofrimento? Pouca coisa, porque qualquer reação causa mais sofrimento. Neste caso o melhor caminho é o proposto por Krishnamurti: " viver cada instante com intensidade e atenção fazendo sempre as melhores escolhas". Eu digo ame a vida, respeite a vida e viva bem o agora, sem desperdiçar vida. Eu vivi pelo menos cinquenta anos de minha vida sem perceber cada momento... Quando me dei conta já era tinha passado dos sessenta anos de vida. Agora estou mais sintonizado com cada momento, portanto, vivo mais,é melhor. ...
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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