O eu é denso. Ele é constituído de inúmeras camadas de memórias. Memória individual e coletiva. ( Geralmente o ente humano não tem consciência da maior parte das memórias). Podemos comparar o eu a uma cebola. O que constitui uma cebola? Camadas e camadas nada mais. Assim se pegarmos uma cebola e tirarmos cada camada não restará mais nada. Apenas o vazio se faz valer nessa hora. Portanto, o verdadeiro eu se manifestará após eliminarmos cada camada até adentrarmos no vazio. Assim, o sem as camadas de dor, abuso, infelicidade, prazer, medo, etc. O que se manifestará é uma plena consciência. Eis a essência do eu maior consciência pura sem as camadas de memórias.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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