Sartre definia angústia como o pensar sobre alguma experiência má, negativa que aconteceu e poderá acontecer novamente, ou então imaginar algo muito mau que poderá acontecer em um futuro próximo, este pensamento gera a angústia que é uma espécie de medo psicológico. Por exemplo: ( um homem depara -se com uma imensa cobra pronta para dá o bote, logo surge o medo; após passar o perigo, já em sua residência, ele pensa que poderia ter morrido, o pensar sobre o acontecimento passado gera angústia ). Assim, angústia é fruto do processo de remoer cognitivamente uma situação aflitiva geralmente imaginando o pior.
Os animais não têm angústia, pois não são autoconscientes, ( os anim5ais existem, mas não sabem que existem ). Só o homem sabe que existe e que findayrá um dia, portanto tem angústia, tal sentimento está ligado ao medo crônico da morte.
Portanto, o bem maior da humanidade é a sua capacidade cognitiva, inteligência. Mas tal atributo provoca angústia e medos. Qual a diferença entre angústia e medo? Medo é uma resposta imediata do homem a algo que ocorre no agora, de forma concreta, colocando em risco a sua integridade física, mental e emocional. Assim, este tipo de medo nada tem a ver com a angústia, pois ocorre no instante presente e de forma integral, como resposta impensada a algo ameaçador que ocorre de forma real.
Enquanto a angústia é um processo imaginado, elaborado pela mente que sai do instante presente para um futuro, que pode acontecer, mas pode também não acontecer. Então, a primeira característica da angústia é ser um produto do pensamento. A segunda característica da angustia é que ela só ocorre no agora mas em relação ao futuro. Assim ao observarmos o processo temporal vemos que a temporalidade com a ideia de passado, presente e futuro faz parte da subjetividade humana. Portanto o homem cria o tempo via pensamento e com esse processo cria o medo que só ocorre na temporalidade. Então como atuar diante de fatos complicados, indesejáveis e até mesmo trágicos? Não existe nenhum processo mágico que elimine o sofrimento da vida humana, pois quem vive, um dia será marcado pela dor, pelo medo, despero, ou qualquer outro fator. A verdade é que a transitoriedade neste plano é uma certeza inexorável. Assim, não adianta perder alegria do agora, imaginado o que um dia vai acontecer, como a própria morte ou a morte de um ente querido. Pois, este tipo de sofrimento, angústia é desnecessário, inocuo. Mas, o medo é enorme então o homem busca uma maneira de silencia-lo, através da crença em um mundo para os mortos viverem eternamente, sonho maior da humanidade. Eis, um grande contra senso, porque como algo tão antagônico a vida possa ser o passaporte para uma vida eterna? Morte e vida segundo Epicteto, jamais se encontrarão, e quando uma está a outra não. Assim, seguir o caminho da crença de uma vida pós morte , com a mesma personalidade, Sr. Fulano ou Sra fulana , com os defeitos de caráter , ou então que aquele corpo totalmente decomposto será refeito, tudo isso só para aplacar o medo e eliminar a angústia. Sei e respeito as crenças de cada pessoa mas enquanto a pessoa não buscar vê a verdade e aceita-la integralmente , jamais conseguirá encontrar uma paz, apesar da transitoriedade da vida e de tudo.
Contudo, o processo da angústia vai infestando toda relação menor, como: Posse material, poder, controle de situação, amor; aprovação, etc. Assim, um Ser que passará apenas algumas dezenas de anos vive preocupado de tal forma como fosse viver para sempre. Repare o drama da humanidade por causa de prejuízos materiais, tal forma de viver está de acordo com a visão do Dalai Lama :(" O homem perde a saúde em busca de dinheiro, bens materiais, depois gasta o dinheiro em busca da saúde, assim vive como se nunca fosse morrer e o pior acontece, morre sem ter vivido").
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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