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Será o Inferno uma Construção Moralista?

           O homem é o único ser capaz de agir e saber sobre sua ação. Portanto, este ente pode deliberar sobre suas ações, e decidir por não fazer uma ação nociva a si, oua outrem. Kant denominou de boa vontade esta capacidade de auto avaliação comportamental que permite ao homem não praticar o mal. Eis o cerne da moral kantista.
           Nietzsche denominou de eterno retorno um processo de avaliação moral, uma vez que se cada atitude praticada por um ser humano fosse praticada eternamente, o ente humano pensaria duas vezes sobre que tipo de vidar escolher. Mas, Kant já sabia que o homem tem uma forte tendência para o negativo por isso criou um imperativo categórico, ou seja, uma lei moral.
A moral cristã é fundamentada em duas ideias: (pecado, inferno). Pecado demonstra a inclinação do homem, a tendência humana para o mal. A fundamentação da moral cristã salienta esta inclinação natural do homem para o pecado, ao demonstrar que o primeiro, homem, (Adão), pecou, por isso foi condenado por Deus. Esta história bíblica de uma vez só fundamenta a ideia de pecado e do inferno.              Mas, o que tem por trás desta história bíblica? O fundamento da moral cristã é a coerção, controlar o homem através do medo e da culpa. Apesar de falar bastante em perdão de Deus, a moral cristã é a moral do "pai raivoso", que não hesita em condenar um filho a queimar no fogo eterno. Na moral cristã é evidente que os legisladores desta moral criaram o pecado e o inferno como duas faces da moeda... Onde uma estiver presente a outra estará. Nesta abordagem existe uma forte dicotomia, (o bem e o mal, o sim e o não). Esta moral é radical. Na verdade todo moralista é intransigente, punitivo, além de profundamente rancoroso. Eis a causa de tanto genocídio perpetrado pelo cristianismo. 
          Portanto não tenho a menor dúvida que o inferno é uma criação moralista visando controlar o homem através do medo. Tal estratégia surtiu resultado, haja vista, que até hoje existem milhões pessoas com medo do inferno, com suas labaredas. Não obstante, o êxito da pedagogia do inferno, sua essência é apenas medo, castração, um combate intenso ao prazer. Concordo com Nietzsche que afirmou que, "o homem deveria divinizar o desejo, o prazer".

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