O outro segundo Sartre é: " o que eu não sou, já eu sou o que o outro não é". Portanto o outro é um não ser, ele é como um não ser, logo o não ser não pode ser, e o ser não pode não ser. Fica nesta definição implícito um solipísismo, (negação total do outro).
Mas, o que é o outro? Sei de sua existência através do corpo, no entanto, entre eu e o outro existe um imenso vácuo, que impede que eu conheça sua intimidade... Assim, o outro sendo uma coisa, um bicho sei sobre sua existência, sobre sua finalidade, fica fácil! Mas quando o outro é um ser humano, então tudo complica.Portanto, para melhor entender é importante a compreensão de dois termos: em -si e para -si. O em-si como o termo sugere é o que é, sem possibilidade de ser diferente. Já o para - si é a possibilidade de ser o que quiser ser, ou seja, o para - si é a liberdade. Por exemplo o passado é em si porque ' já é concluso, definitivo sem liberdade de ser diferente. O futuro é para si, porque como ainda não é, o homem pode fazer dele o quiser. O carro é em -si porque a essência do carro é ser um meio de transporte. Nada mais. Todo objeto é em - si. Já o homem é para -si, porque o homem é livre. Visto que ele pode ser o que desejar.
No entanto, na relação com outro homem ocorre um processo que transforma o para - si, em (em - si), explicando melhor, na relação o homem transforma o outro em objeto, posto que só através de uma imagem formada sobre o outro é possível a "relação", eis o porquê na relação entre humanos preponderar o conflito, o medo, a necessidade de dominação, visto que, como o outro sempre é muito diferente da imagem formada sobre ele, devido está sempre mudando fica evidente que nada sei de fato sobre ele, pois, o que "sei ou melhor o que penso que sei" a cada momento está mudando. Aquela mulher maravilhosa poderá se transformar em uma mulher super agressiva. Ademais, está ausência de certeza como o outro é causa insegurança, medo, muito bem definido nesta frase de Sartre: "o outro é O inferno". Uma vez que o homem mais deseja é segurança, previsibilidade, permanência, na relação com o outro é negado.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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