Pular para o conteúdo principal

O Outro!

       O outro segundo Sartre é: " o que eu não sou, já  eu sou o que o outro não é". Portanto o outro é um não ser, ele é como um não ser, logo o não ser não pode ser, e  o ser não pode não ser. Fica nesta definição  implícito  um solipísismo,  (negação  total do outro).
      Mas, o que é o outro? Sei de sua existência  através do corpo, no entanto, entre eu e o outro existe um imenso vácuo,  que impede que eu conheça sua intimidade... Assim, o outro sendo uma coisa, um bicho sei sobre sua existência,  sobre sua finalidade, fica fácil! Mas quando o outro é um ser humano, então tudo complica.Portanto, para melhor entender é importante a compreensão de dois termos: em -si e para -si. O em-si como o termo sugere é o que é, sem possibilidade de ser diferente. Já o para - si é a possibilidade de ser o que quiser ser, ou seja, o para - si é a liberdade. Por exemplo o passado é em si porque ' já é concluso, definitivo sem liberdade de ser diferente. O futuro é para si,  porque como ainda não é, o homem pode fazer dele o quiser. O carro é em -si  porque a essência  do carro é ser um meio de transporte. Nada mais. Todo objeto é  em - si.  Já o homem é para -si, porque o homem é livre. Visto que  ele pode ser o que desejar.
         No entanto, na relação com outro homem ocorre um processo que transforma o para - si, em  (em - si), explicando melhor,  na relação  o homem transforma o outro em objeto, posto que só através de uma imagem formada sobre o outro  é possível  a "relação", eis o porquê na relação  entre humanos preponderar o  conflito, o medo, a necessidade de dominação, visto que, como o outro sempre é muito diferente da imagem  formada  sobre ele, devido está sempre mudando fica evidente que nada sei  de fato sobre ele, pois,  o que "sei ou melhor o que penso que sei" a cada momento está mudando. Aquela mulher maravilhosa poderá se transformar em uma mulher super agressiva. Ademais, está ausência  de certeza como o outro é causa insegurança, medo, muito bem definido nesta frase de Sartre: "o outro é  O inferno".  Uma vez que o homem mais deseja é segurança, previsibilidade, permanência, na relação com o outro é negado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dor De Barriga Não Dá Uma Vez Só!

      Os ditados  têm um  poder de síntese fabuloso, uma vez que,  eles conseguem com uma frase curta demonstrar verdades variadas, abrangentes, neste provérbio, dor de barriga não dá uma vez só, representa que é importante a pessoa respeitar e honrar seus compromissos. Representa uma alerta afirmando que  uma necessidade não acontece só uma vez. Salienta a necessidade do homem compreender que nunca se sabe sobre o que vai acontecer, assim hoje a pessoa pode está por cima, se dando bem, em outro dia passando necessidade. Portanto cuidado, com a arrogância.          Este dito é também um convite a humildade, visto que ele nos convida a não nos encantarmos com as conquistas do agora ao ponto de deixarmos de lado quem um dia nos ajudou. Sempre é bom vivenciarmos a gratidão, nunca esquecendo quem no passado nos ajudou em qualq...

Fanatismo Religioso, O Mal da Humanidade!

          O fanatismo religioso é perverso, porque cega a vítima tirando dela a condição fundamental  que é a liberdade existencial. Portanto, através do fanatismo  o ente humano comete os maiores crimes, (mata, tortura, comete as piores barbáries). Tudo isso, porque outras pessoas, sociedades ousaram nutrir uma fé  em Deus diferente.          Nos últimos séculos foram assassinadas  milhões de pessoas,  um absurdo! Genocídio, (tudo em nome de  "deus"), apenas porque acreditaram  ou cultuaram  uma forma de deus diferente, eis a maior estupidez cometida pela "humanidade"! As guerras religiosas são cruéis; recordo-me que estava lendo  uma excelente biografia de Montaigne, com o titulo  como viver, escrito, ("por sarah Bakewe no livro é descrito uma cena da guerra entre católicos e protestante  em 1570, eis a cena: A comoção na casa  de Coling cau...

O HOMEM É UM CADÁVER ADIADO! FERNANDO PESSOA.

       O poeta Fernando  Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase  extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade.        No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo  desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que ...