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A Morte!

            
          Apesar da negação  da morte pelo homem, ela é uma constante a cada instante, na verdade, se morre  a cada momento. Cada instante morre, portanto ele  é único. Assim, um homem de sessenta anos nada tem a ver, com aquele jovem de vinte anos que foi no passado.Tudo mudou, pensamentos, sentimentos, medos, até suas células, com raríssimas exceções, são diferentes...  Portanto, querer congelar o tempo é impossível, a temporalidade se concretiza na dança temporal, (futuro vira presente, que vira passado). Assim, é importante a  valoração do agora, das pessoas, dos acontecimentos,  evitando o maior desperdício, que é não viver.
         A morte é  peremptória, eis  uma característica essencial da morte, haja vista, ela ser absoluta, pois, tal  condição representa  a  inevitabilidade da morte, assim, nenhum ser vivo escapará deste encontro, e jamais voltará a  viver depois da morte. Porquanto, devido tal certeza,  e a limitação humana,  a morte se constitui uma aporia, ( sem uma resolução), portanto, o morrer representa  para o homem  desde os primórdios algo tenebroso, raiz de todos os medos. mas, apesar deste medo, o ente humano  em sua intimidade acumula uma imensa a angústia existencial.
            A morte é democrática, posto que todos um dia morrerão, eis a justiça, ninguém poderá reclamar. Portanto, o importante é a compreensão  do morrer, sem criar definições metafísicas, sem criar  dogmas que negam a vida, para fugir da morte. Epicuro em sua  simplicidade resolveu o grande enigma que representa a morte ao afirmar: "o homem jamais se encontrará  com a sua morte, porque quando a morte estiver presente, ele não estará presente". Sócrates, também afirmou  que: "a filosofia é  uma preparação para a morte". Portanto, compreender que a morte é um acontecimento inevitável e misterioso, não se preocupar quando morrerá, mas viver livre de teorias, amar cada instante, não se prender ao que findou, aceitar o devir, não matar a vida do agora por causa dos  dogmas, e respeitar a vida, por que  ela é tudo, sem ela nada.
           

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