" Basta que me façam algo de mal, eu o “retribuo”, disso esteja-se seguro: logo encontro oportunidade de expressar minha gratidão ao “malfeitor” (por vezes até pelo malfeito) — ou de pedir-lhe algo, o que pode ser mais cortês do que dar algo... Parece-me também que a palavra mais grosseira, a carta mais grosseira, são ainda mais humanas e mais honestas do que o silêncio. Aos que silenciam falta-lhes quase sempre finura e cortesia do coração; silenciar é uma objeção, engolir as coisas produz necessariamente mau caráter — estraga inclusive o estômago. Todos os calados são dispépticos. — Veja-se que não desejo ver subestimada a grosseria; ela é, de longe, a mais humana forma da contradição, e, em meio ao amolecimento moderno, uma de — Quando se é rico o bastante para isso, é inclusive uma fortuna estar errado. Um deus que viesse à Terra não poderia fazer senão injustiça — tomar a si não a pena, mas a culpa , é que seria divino. ". Nietzsche Ecce Homo.
O texto acima de Nietzsche contesta o que comumente a sociedade tem ensinado às pessoas. Será verdade? Antes é preciso compreender Nietzsche como um contestador social. Ele gostava de se intitular como uma dinamite, como um genealogista da moral. Nietzsche não acreditava em transcendência; não acreditava na metafísica, tampouco em religiões. Na verdade Nietzsche falava sobre a relação de poder como um processo do forte se impor e dominar o fraco. Mas, o fraco, o decadente criou estratégias para vencer o forte, entre as artimanhas criadas podemos citar: a inversão dos valores sobre forte e o fraco, colocando o forte como mau e o fraco como bom; a ideia de céu para o fraco, sofredor, e inferno para o forte. Definiu niilista como a pessoa que acredita no ideal em detrimento do real.
Portanto, Nietzsche precisa ser entendido como um demolidor de valores, o texto acima segue esta linha, um vez que a hipocrisia social prefere parecer ser do que ser, assim, no texto o ponto central é a condenação do silêncio, como estratégia diante um agressor. Nietzsche acha engolir as coisas produz mau caráter, bem melhor para ele pagar na mesma moeda.Tal ideia contesta a ideia cristã de humildade, mansidão, de pagar o ódio com amor. Acredito que na nossa época os valores religiosos perderam influência, logo, Nietzsche como iniciador da pós modernidade está refletindo estes valores. No entanto, acredito que no que concerne ao silêncio diante a ofensa existe duas formas de silêncio: o engolir, calar de forma forçada, o amuo, e, o silenciar com sabedoria superar a ofensa pela transcendência do mal, uma superação. Neste caso o silêncio representa uma escolha consciente diante um ofensor, e tal escolha é a culminância da sabedoria. Neste caso o silêncio representa uma ação para poucos, para os raros, os desenvolvidos.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário e sugestão ,muito nos honra seu acesso ,Seu comentário é nossa melhor forma de melhorar as postagens, obrigado!