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A sabedoria de Heráclito, (600 a 540 a.C)

           Segundo Heráclito neste plano  existem duas realidades: "O devir, o eterno fluir, e a constante harmonia  ente os opostos".  Aqui nada permanece tudo flui, portanto, a vida é um constante suceder, nela não reside nenhuma semente da eternidade. Neste plano  prepondera a lei do tempo. Assim, quem vive e não compreende esta dança temporal, lei  existencial, padece bastante, e sua vida  é uma  imensurável amargura, visto que nada permanece, a não ser a mudança.
           Portanto, é importante aprender um pouco com o velho Heráclito, que viveu de 600 a  540 anos a.C. No entanto,  continua bastante atual. Assim, vamos mergulhar na verdade heraclitiana, então, o que siginifica  o eterno devir?  O devir representa o fluir. Utilizando a metáfora do rio Heráclito afirmava que nenhum ser humano conseguiria banhar-se duas vezes no mesmo rio,  primeiro porque o rio não seria mais o mesmo, e a pessoa   também não seria mais a mesma. Eis a primeira verdade existencial.
         Você tem dúvidas sobre esta verdade? Observe a  vida, veja o que acontece, veja se algo permanece, olhe como  tudo passa, até a memória humana, com o tempo, se apaga, fica bastante embotada, para depois findar totalmente. No que concerne  aos opostos  heráclito afirmou: "os homens não compreendem que está em desacordo, também é estar em acordo consigo mesmo, há uma harmonia entre os opostos tal, como entre o arco e a lira"). Heráclito continuava a dizer: ("Deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz).
         No entanto, o ente humano  detesta  o constante devir, assim, ele deseja a vitória mas tem aversão a derrota, busca o amor, mas foge do ódio. Coitado! Ele não sabe que o oposto sempre estará presente, apenas está aguardando a oportunidade. Por isso, é que aqui a dualidade é a  lei  que prepondera. Portanto, a vitória sempre cederá lugar a derrota  que novamente cederá lugar a vitória, eis  o ciclo existencial. Da mesma forma a vida traz em seu nascimento a morte. Contudo,  para o ente humano esta lei  que determina a transitoriedade  é causa de imensa dor, pois o homem quer que tudo permaneça, mas é inútil, uma vez que  a vida é devir, e um eterno suceder de opostos. Ocorre de fato uma dança harmoniosa entre os opostos.

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