Nietzsche ao defender o amor fati nos legou, (mesmo combatendo o ideal, a transcendência) um vir a ser que funciona da mesma forma de uma doutrina de salvação com Deus, ou uma doutrina de salvação sem Deus, portanto, colocou o homem diante objetivo: " aceitar a vida como se apresenta". Eis segundo Luc Ferry, " uma contradição na filosofia da genealogia, do martelo".
No entanto, é importante entender Nietzsche no contexto histórico: "pós iluminismo, pós queda do cristianismo, uma acensão da ciência, e um otimismo exagerado no que concerne o homem construir um mundo muito melhor". Nietzsche faleceu em janeiro de 1900, assim, ele estava vivendo a efervescência do modernismo, no auge do antropomorfismo, visto que, o homem nesta época nutria uma certeza: encontrar todas as respostas. Eis o contexto histórico de Nietzsche, tal momento histórico permitiu, e se fazia necessário o surgimento de um demolidor das crendices, dos tabus, das certezas, esperanças. Agora, fica mais fácil compreender o amor fati, compreender o porquê Nietzsche combateu toda forma de transcendência, logo, sem futuro, sem utopias, sem Deus, só restou a Nietzsche celebrar a vida, celebrar o momento presente. Ademais, após Nietzsche o terreno foi preparado para o surgimento de Heidegger e Sartre que dotaram o ente humano de liberdade e de capacidade interativa com o outro e o mundo que se transforma a cada instante. Agora, voltando ao tema fica fácil uma compreensão, o inevitável está fora do poder do homem, ele ocorre a seu bel prazer, então, o mais sábio é viver escolhendo melhor caminho, e aceitar o direito de escolher o que pode ser escolhido. Eis a essência maior da liberdade. Assim, escolher o possível e aceitar o o imponderável, o que está fora do meu alcance, porque ele irá acontecer de qualquer forma.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário e sugestão ,muito nos honra seu acesso ,Seu comentário é nossa melhor forma de melhorar as postagens, obrigado!