Esta frase de Montaigne segundo Nietzsche exasperou bastante Pascal. Uma vez que Pascal era por demais condicionado a ideia de pecado, condenação eterna. Pascal não entendia Montaigne, sua independência espiritual emocional. Montaigne era um estoico.
A dúvida é a porta de entrada para o conhecimento. Posto que quem tem certeza o está paralisado. Acha que já sabe tudo, portanto não tem ânsia de buscar a verdade, o conhecimento.Não foi atoa que Pitágoras denominou a filosofia como: "Amor à sabedoria". Olhando a história da filosofia fica evidente que desde os pré socraticos passando por Sócrates, Platão enfim todos filósofos partiram da admiração, espanto que é uma forma de dúvida diante o novo, o inusitado. Até que Descartes, pai da modernidade, com com seu cogito, criou a dúvida total, assim, ele disse: " tudo aquilo em que ele acreditou até então, mesmo as coisas mais certas e evidentes — como, por exemplo, o fato de que existem objetos fora de mim, que escrevo sobre uma mesa, sentado numa cadeira etc. Para ter certeza de duvidar de tudo, ele imagina até mesmo a hipótese de um “gênio maligno” que se divertiria em enganá-lo em qualquer situação, ou ainda se lembra de como, às vezes, em seus sonhos, acreditou que estava acordado, lendo ou passeando, quando de fato estava “inteiramente nu, na cama”!
Em resumo, ele adota uma atitude de ceticismo total que o leva a não considerar nada mais como certo... Salvo que, no final das contas, há uma certeza que resiste a tudo e permanece válida, uma convicção que resiste à prova mesma da dúvida mais radical: aquela segundo a qual se penso, e até se duvido, devo ser algo que existe"! Pode ser que eu me engane o tempo todo, cogito: " Penso logo existo". Ergo Sun.
Mas realmente só uma cabeça bem feita, um espírito indomito para conviver com a dúvida; viver cada momento sem certezas. Geralmente o homem se agarra aos dogmas, a um tipo de superstição, ou fé. No entanto, quem vive sem certezas vive uma aventura única, plena de magia.Estou com Montaigne. A dúvida é um bom travesseiro, para uma cabeça feita.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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