Este tema é bastante controverso, mas o abordarei de forma direta. Esta temática demonstra que existe uma vontade maior que a vontade humana, esta vontade é a vontade de Deus. No entanto, tal crença é bastante limitadora, além de conter uma transferência de responsabilidade, eliminando do ente humano sua responsabilidade pela condução, e realização do projeto de sua vida, fato que transforma o homem em mero coadjuvante no processo do viver.
Mas, é importante entender que o homem é fruto direto de suas escolhas ao longo da vida, caso escolha bem, obterá, usufruirá de bons resultados, mas se escolher mal os resultados negativos trarão consequências. Desta forma, tudo na vida humana depende de escolhas e ações, mas o ente humano desde os primórdios sempre buscou encontrar uma explicação metafísica para os enigmas da vida. Portanto, as crendices, as superstições foram usadas para manipular, controlar o homem roubando-lhe a liberdade,seu único bem, como bem demonstrou Sartre ao afirmar: ("o homem esta condenado a ser livre"). Por outro lado, com a evolução o homem foi aprimorando suas ideias metafísicas, passando das superstições para explicações teológicas e filosóficas fato determinante para o surgimento do monoteísmo, e posteriormente para uma concepção de Deus mais elaborada.
No entanto, o medo continuou e as teses criacionista com suas explicações religiosas não foram suficientes, então surgiram os dogmas que transformaram tudo em uma questão de fé silenciando a razão. Apesar, da importãncia das ideias religiosas, (para acalmar o medo do findar), mas, por outro lado, foram nocivas ao eliminar do ente humano a liberdade de ser responsável por si mesmo.
Destarte, apesar do imenso avanço intelectual, tecnológico o ser humano continua animalesco, cruel, medroso como seus antepassados pré históricos, fato bem demonstrado através da imensa violência urbana. No entanto, examinando mais detidamente o tema : O que dizer da vontade de Deus? Observo que além da transferência de poder, responsabilidade já mencionada acima, implica em uma aceitação passiva dos reveses da vida, uma submissão ao destino, ao fatalismo, pois neste caso Deus entra como uma ideia de salvação do ente humano da morte, com uma sonhada promessa de vida eterna.
Não acredito nestas ideias, não aceito que o ente humano nada possa, que seja apenas um joguete diante de um capricho denominado vontade de Deus. Sei que na vida com certeza ocorrerão, (alegrias, dores, nascimento, morte, amores, decepções, rejeições , abusos etc). Mas, mesmo assim, o homem é senhor de sua vida, portanto, goza de plena liberdade para viver da forma que entender, mas efetivamente pagará o preço por suas escolhas. Sei que, ("a morte é o destino tudo"), que ninguém escapa de suas garras, uns vão muito cedo, outros ficam mais um pouco mais, e alguns ficam bem velhinhos, mas não existe ninguém que não passe pelo processo do morrer.
Desta forma, aceito o dom da vida como algo extraordinário, maravilhoso, que este dom deve ser bem aproveitado e jamais desperdiçado com medos, fobias, crendices... Pois, na vida tudo é único, novo, e cada momento é desafiador, assim, o ente humano deve celebrar cada instante, e viver alegremente. Contudo, sei que o homem como um ser medroso, prefere acreditar na ideia de um Deus pai, um ser antropomórfico que governa a vida, a humanidade e que pensa a cada instante o que irá ocorrer, a cada um, dos mais de seis bilhões de pessoas que existem no mundo, ufa! que tarefa! Mas, alguns leitores ao leem este pequeno texto , logo afirmarão : É um ateu, e ficarão com muita raiva deste grande pecador! No entanto, continuo informando meu ponto de vista, minhas ideias: nenhum ente humano tem capacidade para desbravar o desconhecido; a ideia de uma vida pós morte apesar de ser bastante acalentada só pode subsistir no mundo da fé; não acredito em salvação eterna, e tampouco em condenação eterna. Não acredito que espiritualidade seja apenas não praticar o mal, por medo da condenação eternal; não aceito a ideia do destino como, ( um roteiro, uma programação imutável que condena ao ente humano previamente). Pois o homem seria neste caso um simples joguete, sem vontade própria, sem mérito. Então em que acreditar ? Acreditar no dom da vida; acreditar na liberdade como algo inerente à vida; acreditar que o ente humano é um ser em evolução, um eterno projeto. Assim afirmo sem medo,e peremptoriamente, que o grande caminho para uma vida de qualidade e inteligente é a espiritualidade, e a prática da liberdade, o resto é apenas crendice.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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