Vivemos em uma sociedade de consumo, onde o ter assume importância fundamental, causa maior da existência vazia de significados. O ser humano se prende ao prazer para suprir o grande buraco negro da alma. Na ânsia de preencher este abismo interior, o caminho mais disponível é o consumo desesperado, facilitado em muito pela propaganda em massa, associando o objeto propagado: (a poder, força..., ser o máximo, encantador, ser o cara, etc), através desta associação do objeto propagado, com a satisfação das carências interiores, através deste processo o desejo é acionado, a compra é questão de tempo, liquida e certa.
A verdade, é que após a compra momentaneamente a sensação de mal estar, carência é sanada, mas só provisoriamente, pois jamais será resolvida uma questão interior, espiritual, através de uma aquisição de algo exterior. Assim, o drama continua agora acrescido de um endividamento ou uma diminuição do dinheiro pessoal, fato, que amplia o buraco, o vazio existencial, só aumentando a certeza, do mau negócio, do autoengano! De ter agido como um um babaca; eis o circulo vicioso; diante desta situação surge a pergunta: ( o que fazer para resolver este dilema?) A resposta exige uma apreciação mais aprofundada da situação, observando que o buraco na alma é real, concreto, não podemos fazer de conta que não existe, ou pior camuflá - lo, com algo exterior, pois, nada e ninguém pode resolver esta situação, só a própria pessoa, isto acontece com aceitação plena da sua incompletude.
Portanto, para encontrar a solução efetiva desta deformidade espiritual, se faz necessário a interiorização da visão real de si mesmo, (auto conhecimento), através do momento presente, ( pois fora do aqui e agora, nada acontece), pois, o passado é nosso mundo das memorias, enquanto o futuro é composto sobres nossas expectativas, aspirações, ( o amanhã). Estes mundos concretamente não existem, ocorrem só na mente, via pensamento.
Outro aspecto importante é que a felicidade não é consequência de nada, não está fora da pessoa, nem no tempo: (passado ou futuro), porque, felicidade é um acontecimento, ocorre sempre que a pessoa, está atenciosa, sendo uma testemunha real do agora, sem desejar ou fugir para o passado, ou futuro, ou desejar está em outro lugar.
Quando o sentido da presença se fortalece, eis que surge a tão desejada felicidade, independente de qualquer situação, mas infelizmente o ser humano só se dá conta da felicidade, quando já a perdeu. Assim, a pessoa que vive plenamente sua vida, compra quando quer, através de sua real necessidade, senti prazer sem culpa, gosta do que é bom, sem comprar para tornar-se melhor, mais forte,a propaganda não tem poder sobre esta pessoa..
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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