O que ocorreu com o passado ele morreu? Caso tenha morrido por que as pessoas podem acessar as lembranças ? Assim, poderíamos continuar elaborando perguntas sobre a temporalidade e suas peculiaridades. Mas o importante é compreendermos o passado, e, a forma de cada um relacioná-lo com o presente, e, o futuro. Portanto, para Sartre não existe passado geral, uma vez que só existe passado particularizado, ou seja, o meu passado, o teu passado, o passado de paulo etc. Então o passado é algo que ocorreu em determinado momento, como um presente que foi transformado em passado, assim ao tornar-se passado passou a ser Em-si. Algo concretizado, acabado, e, realizado em determinada data. Desta forma o passado passa a existir como passado de alguém. Por exemplo: Maria casou-se em 1970 este passado será indicativo no presente de Maria de algo que ocorreu em 1970. Assim poderemos agora buscar a Maria entre muitas, e, ela será a Maria que casou em 1970 em Fortaleza. Portanto este passado é o de Maria, posto que representa algo da sua existência afetiva. Logo, o primeiro ponto importante desta rápida avaliação é que o passado só findará, cairá efetivamente no esquecimento, quando todos personagens relacionados a este passado deixarem de existir, pois, mesmo que Maria morra este passado continuará a existir na memória das pessoas de sua amizade, família, e, Maria só cairá efetivamente em profundo esquecimento quando todos seres de sua relação tenham morrido. Após estas primeiras considerações podemos salientar que o passado mesmo concluso, e, tornado Em-si, efetivamente não morreu, ele existirá na memória cognitiva da pessoa que o viveu, e, dos entes queridos, amigos desta pessoa. Apesar da não possibilidade de modificação deste evento pretérito. Ademais, o passado mesmo tendo ocorrido há alguns anos ao ser lembrado agora, emociona, causa real impressão no presente. Assim, a raiva de ontem lembrada agora causa raiva no agora, logo, mesmo sendo algo concretizado continua a repercutir no agora.
Presente é Para -si, ou seja, só existe presente através do sentido de presença, e, presença é a qualificação dos entes. Porque o ente que sabe de sua presença é transformado em Ser. Assim o sentido do tempo só tem sentido para o Ser, portanto, a mesa é um ente, ela nada sabe de sua existência, assim o tempo para a mesa não existe. Portanto, presente é compreendido pelo sentido de presença, fato que não pode ocorrer com o passado, e, o futuro, visto que a presença não ocorre através das elaborações mentais. Já futuro é algo que poderá ocorrer, mas poderá também não ocorrer. Neste sentido o futuro assume a característica fundamental de expectativa, possiblidade. Mas é importante a compreensão do processo dinâmico da temporalidade onde ocorre uma sucessão infinita de : futuro tornando-se presente, e, presente tornando-se passado, a cada instante ocorre este processo. Logo, poderemos concluir que o eterno não existe no tempo, porque no tempo ocorre a dança temporal que ocorre no instante momento presente. Qual a importância para vida prática a compreensão desta ideia da temporalidade ? É importante porque demonstra peremptoriamente que que a vida é o sentido de presença, e, o agora só pode ocorrer com presença, e, que o passado mesmo não podendo ser tocado no agora, continua a existir enquanto a pessoa que o vivenciou estiver viva. Assim, a compreensão destas dimensões temporais permitirá uma vida mais liberta e feliz.
O poeta Fernando Pessoa revela a maior certeza do ente humano, a morte. Eis a fonte de medo, ansiedade da humanidade posto que o homem é auto consciente, portanto, ele sabe que existe e vive, também sabe que um dia irá morrer. Apesar de ser uma frase extremamente realista, ( "o homem é um cadáver adiado), não deixa de ser uma alerta ao homem, para que ele aprenda a valorar sua vida. Outro aspecto desta frase é demonstrar a finitude do homem ou seja o homem tem prazo de validade. No entanto, a imensa maioria da humanidade não quer nem pensar sobre o assunto, prefere colocar para um futuro bem distante esta dura certeza. Discordo desta frase, porque ela reduz o homem ao corpo. Pois, o cadáver é o corpo sem a essência, Vida, (que é tudo sem ela nada). Acredito que habita no corpo do homem uma semente divina. Também acredito que a vida ocorre como uma oportunidade de realização de um processo, Nascimento do divino no humano. Assim, não aceito que o homem seja
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